FICÇÃO
“Após entender que não queria mais colocar pessoas em risco com a revelação de seu segredo, Leon Magno resolve não aceitar a carona de Augusto Torres para Recife, mas aceita a carona de outro “caminhoneiro”. No entanto, ele fica sabendo que trata-se de uma caminhoneira, mas como não é homem de preconceitos, ele viaja junto com Abigail Pastore, que prefere ser chamada de Lila, até Recife, e passam muitas horas, conversando, rindo e passando por alguns problemas na estrada. Ela é viúva e tem residência na cidade de Ponta Grossa no Paraná, onde tem uma filha casada e uma netinha.
A história de Lila, que seus conhecidos na estrada a chamam de Pastora, por colocar os homens que a assediam na “linha”, mexe com Leon Magno que mais uma vez arrisca sua vida para salvar a vida e o patrimônio da sua nova amiga caminhoneira.”
REALIDADE
De acordo com o Ministério das Cidades, em 2020 havia perto de 160 mil mulheres aptas a conduzir caminhões no Brasil, mas nem todas estavam contratadas ou trabalhavam como autônomas na direção de um bruto.
Hoje com a diminuição da necessidade de grande força para se conduzir um caminhão, com os comandos semi ou automáticos, direção hidráulica e a mão de obra barata dos “chapas” para carga e descarga de mercadorias, mais mulheres estão se introduzindo nessa profissão que há poucas décadas era exclusividade masculina.
As mulheres entram nessa profissão por vários motivos e o mais comum, é mesmo a liberdade financeira. Com fretes mais curtos e cargas menores, o que faz com que a motorista não precise ficar mais do que dois ou três dias na estrada, facilita muito essa ruptura de paradigma, porque inclusive as mulheres casadas e com filhos podem permanecer na profissão com algum planejamento, no que convenhamos, as mulheres são melhores nisso do que os homens.
A nossa caminhoneira de Ponta Grossa, a Lila, entrou na profissão por outro motivo, seu marido havia comprado um caminhão financiado e após seu falecimento, ela tinha duas opções: ou entregava o caminhão para o banco e perdia o que já pagou ou assumia a dívida e seguia na profissão.
Ela tomou a decisão de continuar na estrada, e como suas despesas eram grandes, assumiu fretes mais longos e com compensação financeira maior. Como consequência disso, ela se acostumou a grandes viagens e mesmo após liquidar o financiamento do caminhão, contratava fretes mais longos e assim continuava por semanas ou até meses na estrada e longe de sua família, já que os fretes são sempre contratados ao final de cada entrega.
As tentaivas de assaltos como acontece nessa viagem com seu carona LEON MAGNO, e aos assédios dos quais ela comenta com ele na estrada, são os grandes perigos para as mulheres, que podem perder cargas, o próprio caminhão ou pôr em risco suas vidas.
Hoje já existe a conscientização dos homens e até mais punição para ao assédio tanto moral quanto sexual, que pode levar até a prisão dos infratores, mas, de qualquer forma, esse é um caminho sem volta. As mulheres estão no volante pelas estradas brasileiras, não só embelezando a profissão e dando mais charme a esse nicho antes masculino, mas também mostrando que ambos podem conviver serena e civilizadamente, desde que se respeitem e demonstrem respeito uns pelos outros.
Para conhecer mais sobre essa história, adquira e leia o livro – “LEON MAGNO Onde a lei não alcança” – autor – Antonio Ribas (Ed Viseu 2019).
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Disponível no Stand de Livros do Restaurante Panaorâmico Vila Velha.
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