150 dias e pouca coisa mudou!

Há pouco mais de 150 dias, víamos com apreensão e até com temor, as chuvas que invadiram com força, o estado do Rio Grande do Sul. Aproximadamente 85% das cidades gaúchas foram totalmente invadidas pelas águas e milhares de famílias foram arrancadas de suas casas apenas levando o essencial.

Muita história se perdeu ou foram levadas pelas águas, fotos, gravuras, documentos antigos e objetos se perderam e que nuca mais serão recuperados. Mas o que mais doeu na alma dos brasileiros e principalmente dos nossos irmãos gaúchos, foi a perda de vidas humanas, idosos, adultos e principalmente crianças.

Assistimos o esforço de voluntários com seus carros e equipamentos, bombeiros civis e militares de várias partes do país que vieram usando de seus próprios recursos para ajudar os irmãos gaúchos. Vimos também a quantidade de alimentos, roupas, água e móveis que foram doados aos que sofreram pelo excesso das chuvas. 

"Mas ainda bem que isso tudo passou né?" Passou para nós que vivemos em outras regiões do Brasil, mas não para eles, que perderam casas, igrejas, postos de saúde, bibliotecas, escolas, bares, restaurantes, lojas, etc. e especialmente para a instituições locais que em tempos "normais" já tinham dificuldades para atender aos que chegavam com a mão estendida. Para esses, ainda vai demorar algum tempo até se recuperarem.

Mas há uma tragédia que nunca passará, e para essa só podemos elevar nossas orações a Deus pelas vidas perdidas e foram muitas. Contabilizadas foram 179 almas que descansaram em Deus mas foram retiradas precocemente do convívio se seus entes queridos, mas muitas outras desaparecidas ou que estão morrendo interiormente pela perda irreparável, e a eles elevemos a Deus as nossas preces.

Uma cena que ficou encravado em nossos ouvidos foi de uma criança que estava em um barco sendo salva por um voluntário que ao estender sua mão em direção ao que, em sua concepção era uma boneca, exclamou: "Não é uma boneca, é um bebê".

Que nunca mais tenhamos uma experiência  como essa, que governos se preparem para evitar esses acontecimentos climáticos, já que possuem ferramentas tecnológicas e pessoal para isso. Que não percamos mais vidas humanas por descaso ou desleixo.
A vida é DOM de Deus e assim devemos tratá-las.

Antonio Ribas
@antonioribasescritor
Para conhecer meus livros, acesse o site: www.odonodolivro.com.br e acesse também meu instagram.