“Assim que foge de sua cidade para preservar sua família e seu segredo, o novo homem chamado LEON MAGNO, já que o velho Átila Fortes se foi e nem mesmo a aparência existe mais, inicia uma viagem sem destino e na cabine de um caminhão. O primeiro a lhe dar carona é um simpático gaúcho de Santa Maria, Rio Grande do Sul de nome, Augusto Torres, e é para ele que o nome LEON MAGNO é mencionado pela primeira vez.
Eles viajam por centenas de quilômetros, saindo do interior de São Paulo, passando por muitas cidades e povoados até chegar em Goiânia, que é o destino para o caminhoneiro, cada um contando sua história, e claro, o gaúcho é quem fala mais. Para ele é bom ter um companheiro para poder falar e ouvir, para contar piadas e dar boas gargalhadas, para Leon Magno é a forma de fugir daquilo que o persegue e sem saber onde vai, sabe que não poderá ser encontrado. No entanto, alguns perigos rondam esses profissionais da estrada, já que por transportar mercadorias de terceiros e as vezes produtos caros, os assaltos são recorrentes e por isso, muitas vezes viajam em comboios, onde um passa a ser a segurança do outro.”
É muito difícil que em nossa cidade, alguém não tenha um parente, um amigo ou um conhecido que não seja caminhoneiro, já que Ponta Grossa é conhecida nacionalmente como sendo uma cidade com grande número destes profissionais. Temos aqui, fábrica de caminhões, grande de número de autopeças especializadas e empresas que prestam serviços de manutenção e assistência técnica, e recebem pedido de serviços de grandes transportadoras até de outros estados.
Em nosso livro, é citado uma caminhoneira que tem sua residência em Ponta Grossa, e o nome dessa figura carismática é Abigail Pastore, mas que prefere ser chamada apenas de Lila. Dela falaremos mais adiante.
A vida longe da família por semanas ou até meses, acaba sendo prejudicial para a convivência do caminhoneiro e sua família, mas a necessidade de botar o “pão e o leite” na mesa de seus filhos, e muitas vezes, herdando a profissão do pai ou um tio, leva muitos jovens a abraçarem a profissão e seguirem por ela durante toda sua vida. Porém, os princípios recebidos dos pais, se seguidos como um caminho a percorrer, faz com que saim de casa e retornem tal como sairam, no entanto sabemos que más companhias corrompem bons costumes.
Essa é uma vida solitária. Tenho vários amigos que são caminhoneiros e as histórias são quase sempre as mesmas. Eles não conseguem ficar longe da estrada, e quando isso acontece por mais de um mês, lhes parece uma tortura, e a grande alegria para muitos, é quando a esposa pode viajar junto, pois além de ter companhia agradável, uma comida caseira e com o tempero que lhe é familiar, há outras alegrias que pode proporcionar ao guerreiro da estrada estando junto de sua amada.
Os caminhoneiros transportam o Brasil nas costas, e isso não é clichê, pois sem eles rodando pelo Brasil e levando e trazendo aquilo é necessário à nossa vida, tudo ficaria mais difícil ou quase impossível. Desde o alimento, passando pelos medicamentos, combustível e materiais de primeira necessidade. Já tivemos em 2018 um exemplo do que acontece no Brasil quando a categoria resolve estacionar seus brutos e pararem. O Brasil para, estaciona, entra em letargia.
Mas felizmente, com o atendimento simples pelo governo e que lhes proporcione a possibilidade de trabalharem sem sobressalto, com boas estradas e condições de trabalho com custos menores para conseguirem manter seu trabalho com dignidade, eles não param, pois sabem que tem que continuar, por sua família e por eles mesmos.
No próximo artigo, falaremos sobre os sobre os perigos da estrada, e sobre as mulheres que ousam entrar nessa profissão essencialmente masculina.
Para conhecer mais sobre essa história, adquira e leia o livro – “LEON MAGNO Onde a lei não alcança” – autor – Antonio Ribas (Ed Viseu 2019).
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