A FICÇÃO – Cap. X
“Quando eram adolescentes, Átila Fortes e seu amigo Marcus Costa, o médico, em seus devaneios juvenis, imaginavam que se um dia, um dos dois precisasse fugir da polícia ou por qualquer outro motivo, poderiam usar algo bem simples para se comunicarem. Como seria?
Aquele que estivesse fugindo, compraria um jornal local e enviaria para seu amigo, assim, este saberia onde o outro estava. Então, eles começariam um diálogo com um mote, um assunto específico, e o escolhido foi o “gato”. Sempre que falassem, seria sobre o gato, gato gordo, gato doente, gato velho e dessa forma somente os dois entenderiam esse código. E assim o fazem.
Enquanto estava em Recife, Átila enviou um exemplar do jornal Diário de Pernambuco ao amigo Marcus, e depois, por meio das páginas de classificados, um mandava recado ao outro e dessa forma, eles contavam com poucas palavras como estavam e especialmente sobre a família de Átila. Quando estava em Curitiba, ele enviou um exemplar do jornal Gazeta do Povo e assim deram continuidade, até o momento em que resolveram parar a conversa porque ele decidiu voltar pra casa, ou seja, retornar para São Paulo. E ele o faz.”
A REALIDADE
Hoje vivemos momentos bem diferentes em termos de comunicação. Com as redes sociais e seu dinamismo, essa situação jamais ocorreria. No entanto, esse fato mostra o que pode acontecer com uma pessoa ou com pessoas que se sentem perseguidas e fogem sem querer deixar rastros.
Me lembro que na minha adolescência, havia um rapaz que morava perto de nossa casa, em Siqueira Campos, que marcava encontro com sua namorada, colocando um bilhete fixado em um papagaio (pipa). Quando o papagaio atingia a altura necessária e com vento suficiente para levar o bilhete próximo da casa da moça, ele cortava a linha, e ela que já estava de olho, só tinha o trabalho de apanhar a pipa e assim ver o que o seu namorado dizia. Durou pouco tempo porque foram descobertos.
Os jornais sempre foram uma boa possibilidade de troca de mensagens, e foi durante muito tempo, e até palco de troca de ideias, e até de farpas, onde pessoas com pensamentos diferentes sobre o mesmo assunto, proporcionavam grandes debates. Como o interesse do público era grande, a própria empresa jornalística acaba por permitir e de certa forma apoiar esses debates, dando ênfase na coluna de publicação, algo parecido com o que temos aqui neste Portal.
Mas voltando ao nosso tema, muitas brincadeiras de criança acabam se transformando em negócios para adultos, como os esportes por exemplo. Os carrinhos de rolimã que brincávamos na infância, hoje são fabricados para prática de esportes radicais, o futebol na água se tornou esporte olímpico com o nome de polo aquático, que é bem mais antigo, e já era praticado no século 19, mas nós não sabíamos disso quando éramos criança.
Aliás, as brincadeiras antigas das crianças, hoje é motivo de saudade por muitos pais e avós, visto que se as crianças de hoje praticassem essas brincadeiras, seriam mais saudáveis, mais sociáveis e com melhor qualidade de vida. Mas esse tema é para outra ocasião.
Para saber mais sobre essa história intrigante e bem-humorada, adquira e leia o livro – “LEON MAGNO Onde a lei não alcança” – autor – Antonio Ribas (Ed Viseu 2019). Acesse o site www.antonioribas.net.br e saiba como adquirir.