Denúncia anônima culmina em suspeita de trabalho análogo a escravidão em PG

Uma denúncia anônima recebida pelo Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crime (Nucria) culminou em uma investigação, sobre suspeita de trabalho análogo à escravidão em Ponta Grossa. Nesta sexta-feira (24), a Polícia Civil divulgou que a equipe do Nucria, ao atender à denúncia, resgatou uma mulher que estaria há mais de 25 dias cuidando incessantemente de cinco menores de idade, sendo crianças e adolescentes, em um condomínio de alto padrão da cidade.

A equipe do Nucria, junto de uma equipe do Conselho Tutelar, chegou ao local onde estaria acontecendo um possível crime de abandono de incapaz, conforme denúncia anônima recebida. Segundo a PCPR, as equipes foram recebidas por uma mulher de 51 anos, que relatou estar responsável pelos cinco menor de idade, sendo duas adolescentes gêmeas, de 16 anos, e outras três crianças de nove, sete e três anos de idade.

A mulher informou que teria sido contratada pelo genitor das crianças, para cuidar delas por um período de dez dias, em que estaria viajando a trabalho. Contudo, ela relatou estar há mais de 25 dias cuidando incessantemente das crianças, 24h por dia desde que aceitou o trabalho. Diante dos fatos, a Polícia constatou a configuração de crime que caracterizam trabalho análogo à escravidão, uma vez que a mulher estava submetida a jornadas exaustivas, com restrição de locomoção.

Além disso, a investigação também detalhou que a mulher, além de permanecer por 24h cuidando dos filhos do autor e responsável pela limpeza do imóvel, era impedida de deixar as crianças sob ameaça de que responderia pelo crime de abandono de incapaz. Diante da comprovação da prática de crime em desfavor da vítima, ela foi resgatada do local e encaminhada pela equipe do Nucria ao 2º Distrito Policial, responsável pela continuidade das investigações.

Os menores de idade foram encaminhados a uma instituição de acolhimento, pela equipe do Conselho Tutelar. O suposto autor deverá responder pelo crime, previsto no ART 149 do Código Penal, com pena que varia de dois a oito anos de prisão.

Com informações: 13ª Subdivisão Policial