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Opinião Artigo

O associativismo sob ameaça

Associação Comercial, Industrial e Empresarial de Ponta Grossa (ACIPG) comenta a respeito das recentes movimentações sobre o serviço de crédito e as ameaças ao associativismo no Estado

02/05/2022 09h05
Por: Redação Fonte: Divulgação/ACIPG
Divulgação/ACIPG
Divulgação/ACIPG

O crédito existe há milhares de anos, e sua relação com o associativismo também é de longa data, há décadas sendo um serviço ofertado pelas associações comerciais, que há quase 70 anos viram na proteção de crédito uma oportunidade de fortalecer o comércio e dar segurança ao empreendedor brasileiro. No entanto, nos últimos anos, vimos preocupados a tomada deste serviço pelo capital privado, e mais preocupante: um ataque ao associativismo ganhar forças de proporções assustadoras. 

Quando, em 1958, uma Associação Comercial enxergou oportunidades ao criar o Serviço de Proteção Ao Crédito, a ideia se espalhou Brasil afora e foi adotada por lojistas de todo o País, tem-se início uma história ao mesmo tempo complexa de fortalecimento do associativismo e tentativas de enfraquecer as associações comerciais e tomar de assalto um serviço que é de propriedade destas entidades, mas que corporações do capital privado, tomadas pela ganância da rentabilidade que este mesmo serviço oferece, agora tentam enfraquecer o movimento associativista no Brasil. 

Recentemente fomos surpreendidos com a notícia da criação de uma suposta associação comercial do Paraná em Foz do Iguaçu, cujo objetivo claro é concorrer com a Associação Comercial de Foz do Iguaçu (ACIFI). Fica claro que o interesse nesta movimentação é econômico, sobrepondo-se ao aos interesses institucionais. 

Esta mesma associação comercial do Paraná que se movimenta agora em Foz, em 2010 incorporou o então Serviço de Proteção ao Crédito (Seproc), que pertencia às associações comerciais de todo o Estado do Paraná e o renomeou como “SCPC (serviço central de proteção ao crédito)”. Tal movimentação se deu em pareceria com corporações do ambiente privado, que vendo potencial de rentabilidade em tal serviço, passaram a atuar de forma ostensiva para monopolizar o setor. 

A reação do associativismo veio imediata e contundente: em 2011 as principais associações comerciais não aceitaram esta tomada de posse do Seproc e fundaram a Base Centralizadora da Faciap (Federação das Associações Comerciais e Industriais do Paraná), a BCF. Um movimento consequente deste fortalecimento foi a parceria com o SPC Brasil e Serasa, formando o maior bureau de credito do Brasil. 

Em contrapartida a associação comercial do Paraná iniciou um processo de captação de associações, em franca " concorrência" com a Faciap, além de uma parceria com o Sindicomercio, tomando associados das associações que consomem o SPC. 

Tal movimentação ostensiva se consolida agora com a criação desta ‘associação’ em Foz do Iguaçu, com claros interesses de fortalecer a tomada dos dados de bureau de crédito. 

Este movimento transparece que o associativismo está sob ataque franco e aberto do capital privado, o interesse econômico está sobrepujando o interesse institucional. Somos uma associação de empresários que se unem para buscar melhorias no ambiente de negócios e não podemos aceitar a exploração mercenária de alguns interesses econômicos sobre o sistema associativo do Brasil.

Estamos atentos e reativos, não permitiremos este ataque e com toda certeza daremos as repostas necessárias para fortalecer o associativismo e todos os reais propósitos, que sempre será o fortalecimento do empresário, e não a mera comercialização de serviços e a busca pelo lucro incessante e qualquer custo.

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