O meio ambiente é composto por milhares de microrganismos. Muitos contribuem para a nossa sobrevivência e desenvolvimento. Isso também acontece na produção agrícola. Em 1891, os cientistas alemães Friedrich Nobbe e Lorenz Hiltner iniciaram suas primeiras descobertas no que se refere aos insumos biológicos. Eles isolaram e multiplicaram os rizóbios, microrganismos que fazem a infecção e colonização nas raízes das plantas leguminosas formando os nódulos, que contém bactérias benéficas capazes de fixar o nitrogênio do ar e disponibilizá-lo às plantas em troca de alimento (açúcares).
A descoberta culminou no investimento em estudos sobre insumos biológicos, que decolou desde então. Dados da Associação Nacional dos Produtores e Importadores de Inoculantes (ANPII), contabilizou em 2022 a comercialização de 130 milhões de doses de inoculantes biológicos, com ganhos que podem chegar a 16% em incremento na produtividade da soja com o uso da coinoculação - bactérias do gênero Bradyrhizobium e Azospirillum combinadas. A coinoculação ajuda a fornecer energia o suficiente para que não só a planta cresça, mas também suas raízes, o que a permite captar água em uma parte mais profunda do solo, garantindo assim a sua sobrevivência em tempos de déficit hídrico (veranico).
A procura neste segmento segue em ascensão. Uma pesquisa de campo com agricultores brasileiros realizada pela consultoria Kynetec, apontou que na safra 2022/23 a comercialização de insumos biológicos atingiu um faturamento de US$ 827 milhões, representando um aumento de 52% em comparação com o ciclo anterior de 2021/22 (US$ 547 milhões). A questão agora é: para onde este segmento deve caminhar?
A resposta nos parece bem simples: ajudar o produtor a produzir mais e com menor custo e impacto ambiental por meio dos inoculantes biológicos que aumentam a produtividade e pelo controle de pragas e doenças com biodefensivos.
Os biodefensivos também são outra contribuição que a biotecnologia traz para a agricultura brasileira. Um exemplo são fungos retirados da natureza que, devidamente manuseados, têm sido utilizados para o controle do inseto transmissor do greening na citricultura, por exemplo. Por muitos anos se estudou a eficácia do fungo Beauveria bassiana, um predador natural do psilídeo, inseto transmissor da doença. O mesmo fungo tem sido trabalhado para controle de pragas do café e erva-mate e outras culturas que podem se beneficiar com a descoberta de “antídotos” encontrados na natureza. O nosso papel é fazer esta ponte.
Assim caminha a indústria de biológicos, com investimentos contínuos em biotecnologias e olhar para a natureza como uma aliada. Dados da CropLife apontam que as indústrias do segmento devem investir R$ 17 bilhões até 2030, com aumento anual na taxa dos 23%. A tendência de crescimento do mercado de biológicos é certa, e ela deve caminhar para ajudar a sanar as “dores” dos agricultores no controle de pragas e doenças e oferecer ferramentas para aumentar a resistência das culturas às intempéries climáticas.
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