Realizado na quinta-feira (18), o workshop do Patrimônio Histórico Cultural de Castro reuniu os profissionais da Secretaria de Desenvolvimento Urbano da Prefeitura Municipal, representantes da Fundação da Universidade Federal do Paraná para o Desenvolvimento da Ciência, Tecnologia e da Cultura (FUNPAR), membros do Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano, entidades da sociedade civil, e a comunidade local.
O evento foi realizado no Centro da Juventude e contou com ampla participação, sobretudo de proprietários de casas e estabelecimentos comerciais que estão no Centro Histórico de Castro, e pessoas impactadas com o tombamento dos imóveis, ocorrido no ano de 2022. “É muito positiva essa participação expressiva da comunidade. Esse é um assunto delicado desde o início das decisões, mas acreditamos que espaços de discussão como este precisam ser abertos com mais frequência”, destacou a arquiteta e urbanista, Rossana Meiko Manaka, que é analista da Secretaria de Desenvolvimento Urbano, coordenadora e fiscal da revisão do Plano Diretor.
Além das explanações feitas por ela e por Fabio Domingos, que também é arquiteto urbanista e integra a equipe de consultoria da FUNPAR, o encontro também teve momentos para discussão, baseados principalmente em duas perguntas: “qual a maior dificuldade quanto ao tombamento?”, e “quais ações a sociedade civil, a Prefeitura e o governo do Estado podem fazer para melhorar o Centro Histórico de Castro?”. As respostas e sugestões foram apresentadas pelos participantes, com base na realidade de cada um.
O fato de a Secretaria de Estado da Cultura ter inscrito no livro do tombo os imóveis, de forma impositiva, conforme descrito no encontro, sem dialogar sobre a data em que o ato foi efetivado com a comunidade, com proprietários e nem mesmo com a administração pública local, foi bastante criticado pelos participantes. A ideia de reunir a comunidade para falar sobre o tema foi elogiada, e, também foram apontados caminhos para que a Prefeitura e entidades locais possam colaborar com os proprietários dos imóveis tombados, tornando a conservação, por exemplo, mais fácil e menos onerosa.
Conforme explicou Rossana, o objetivo principal do workshop, que é justamente abrir as discussões sobre as normativas que regulamentam o uso e ocupação do Centro Histórico, após tombamento, foi alcançado. “Temos a intenção de apresentar à Coordenadoria de Patrimônio Histórico (CPC) uma contra proposta, e alinhar as sugestões com a revisão do Plano Diretor, que está em andamento no município”, destacou.
Assim como a revisão do Plano Diretor, as propostas de ajustes às normativas do tombamento devem ser construídas com base no diálogo com a comunidade, explica a arquiteta urbanista da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e coordenadora do processo de revisão, Gabriela da Silva Olympio. “Ao longo do processo de revisão queremos dar oportunidade à população, para que possam expor suas dificuldades e suas ideias, para construirmos juntos as propostas de melhorias”, finalizou.