Conhecido como "migração pendular", o fenômeno que impacta mais de 7 milhões de brasileiros - sendo 680 mil paranaenses - não é exatamente uma migração, mas um deslocamento temporário. Popularmente chamado de “vai e vem diário”, muitos brasileiros fazem o trajeto para estudar ou trabalhar em cidades vizinhas, retornando ao seu município de residência ao final do dia. Essa rotina envolve principalmente o uso de transportes públicos e privados. Mas como atenuar o esforço desse deslocamento e aumentar o conforto para esses viajantes? Uma pesquisa da Mobility Consumer Index 2023 indicou uma preferência nacional pelo carro particular em detrimento do transporte público: 88% dos entrevistados afirmaram optar pelo carro próprio para suas atividades, em contraste com a média global de 80%. Com a predominância do uso de automóveis, o desgaste decorrente desses trajetos pode depreciar o veículo e diminuir sua vida útil.
Depois de alguns anos de estrada, é natural que um carro necessite de reparos e perca valor de mercado. O desgaste acelerado de componentes, devido ao uso intensivo, pode gerar despesas relevantes durante manutenções ou na revenda do veículo. O coordenador de gestão e manutenção de ativos, Iury Equer Pereira, destaca que o desgaste e a desvalorização dependem do modo e da frequência de uso do carro. “No mercado de veículos, a diferença entre venda no atacado ou varejo se baseia na quilometragem. Um carro com 30.000 km e 40.000 km geralmente é vendido no varejo, visto que ainda possui os componentes originais em bom estado e sem uso severo”, esclarece. Já os veículos com mais de 40 mil km são considerados para venda no atacado, sendo comercializados por cerca de 85% da FIPE, refletindo uma desvalorização de 15%.
Roda mais de 100 quilômetros diariamente? Suas despesas mensais podem ultrapassar R$ 2 mil
O uso frequente de um carro desgasta várias peças, como freios, pneus, suspensão e motor. “Com uma média diária de 100 km, divididos entre 50 km para a ida e 50 km para a volta, demanda manutenções e substituições anuais de componentes como pastilhas e discos de freio, correias e suspensão”, detalha Iury. Cabe destacar, ainda, que a desvalorização do automóvel é, em média, de 20% nos dois primeiros anos e 15% nos anos seguintes, com base na FIPE. O coordenador calculou o custo médio da manutenção de um veículo popular de aproximadamente R$ 80 mil, sujeito a uso intenso diário. Confira:
Revisão a cada 10 mil quilômetros | R$ 500 |
Freios | R$ 1.000 |
Suspensão | R$ 2.500 |
Correias | R$ 800 |
Pneus | R$ 2.000 |
Seguro | R$ 4.000 |
IPVA | R$ 1.600 |
Licenciamento | R$ 350 |
Desvalorização média ano de 15% | R$ 12.000 |
Custo médio anual de manutenção | R$ 26.250 |
Custo médio mensal de manutenção | R$ 2.187,50 |
Locação é alternativa mais em conta
Com tarifas de locação a partir de R$ 68 (valor variável), o aluguel se apresenta como uma opção de maior custo-benefício. “Optar pela locação elimina as preocupações com manutenção e taxas associadas à propriedade do veículo. Importante destacar que os custos mencionados se aplicam à compra à vista; no financiamento, incidem juros adicionais sobre o preço”, esclare.
Com o aluguel, é possível firmar contratos mensais ou anuais mais em conta, além de permitir a troca por modelos mais recentes sem as complicações de vender um carro usado. “O locador fica isento de despesas com manutenção, já que esses gastos, incluindo as manutenções preventivas e taxas, são por conta da nossa locadora”, finaliza.