O que os vários beijos de Maria do BBB22 podem nos ensinar sobre a sexualidade humana? Para quem não está tão por dentro do assunto do BBB, em mais de uma festa a participante Maria, mulher cisgênero, beijou outros dois participantes da casa: Eliezer (homem cis hétero) e Linna (travesti). Mas peraí, se ela é uma mulher cis, porque ela ficou com a Linna que é uma travesti?
Como Psicóloga Clínica que atende com foco em autoestima e relacionamentos, estudo bastante sobre sexualidade e gênero, e gostaria de utilizar de Maria como exemplo para as inúmeras possibilidades da sexualidade humana.
Primeiramente, gostaria de salientar que a sexualidade é um aspecto central da nossa vida, e que vai além do corpo e do sexo, abrangendo também identidades, papeis, expressões de gênero, orientação sexual, erotismo, prazer, intimidade e reprodução.
Tendo tudo isso esclarecido, vamos ao assunto. Ser cisgênero, significa que você se identifica com o gênero que lhe foi atribuído ao nascimento (de acordo com a genitália: homem ou mulher). No caso de Maria e Eliezer, ambos são cis. Já Linna, ela se identifica como travesti, que é uma pessoa transfeminina (oposto ao que lhe foi atribuído ao nascimento) que se identifica com a identidade de gênero travesti e deseja ser reconhecida como tal pela sociedade.
Na questão da orientação afetivo-sexual, Eliezer se identifica como hétero e sente atração pelo sexo oposto. Já Maria é bissexual, pessoal que é emocional, física e/ou sexualmente atraída por pessoas de mais de um gênero. No caso de Linna, não houve pronunciamento de sua parte, o que não anula a possibilidade de ela ser uma travesti bissexual.
Entendo que, para quem não tem muito conhecimento sobre parece confuso de início, mas isso só mostra o quanto a nossa sexualidade é plural e fluida, com infinitas possibilidades de ser e viver. Derrubando a ideia quadrada de que só existem dois gêneros ou apenas um jeito certo de amar (o heterossexual).
A nossa sexualidade pode ser influenciada por diversos fatores, sendo estes biológicos, psicológicos, sociais, econômicos, políticos, culturais, legais, históricos, religiosos e espirituais. E o que eu mais vejo, são as influências sociais e religiosas interferindo na possibilidade de as pessoas poderem viver sua verdadeira essência, devido ao medo.
Medo do preconceito, medo da exclusão e da marginalização, medo das mais variadas formas de violência que todos os dias pessoas LGBTQIA+ sofrem. Na rua, no trabalho, na escola, em banheiros públicos ou dentro da própria casa, pessoas LGBTQIA+ são invalidadas, invisibilizadas, humilhadas e violentadas por serem quem são, por viverem sua verdadeira natureza. É natural do ser humano toda essa fluidez de ser e viver.
Mas e aí, o que os beijões de Maria podem te ensinar?
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