Todo negócio é escalável?

Depois de vencer as barreiras que envolvem abrir um negócio e se manter no mercado, crescer se torna o principal objetivo de grande parte dos empreendedores. E o questionamento sobre o modelo ser ou não escalável é um dos primeiros que surgem. Esse caminho é natural e o segmento de franquias tem se consolidado no país, com faturamento de R$ 211 bilhões em 2022, de acordo com a Associação Brasileira de Franchising (ABF) e projeção de crescimento que varia de 9,5% a 12% neste ano.

Todo negócio é escalável? Posso dizer que sim, mas existe um prazo de maturação para que isso aconteça. Com a The Best Açaí esse movimento ocorreu em um ano. Quando criamos o negócio, não pensamos em crescer dessa maneira, contudo, criamos um ambiente – sem saber – propício para que os nossos próprios clientes começassem a fazer perguntas sobre ser ou não uma franquia (me refiro aqui a qualidade de produto, atendimento e estruturação de loja).

Muitas coisas estão envolvidas nesse processo de capilaridade e para quem tem interesse em mergulhar no mercado, separei os principais pontos a serem avaliados:

O modelo de negócio tem potencial para ser replicado?

Quanto mais complexo for o seu produto ou serviço, mais demorado será para conseguir transmitir o conceito e os detalhes que envolvem a padronização da qualidade para outras pessoas. Trabalhar com franquias é trabalhar com gente de ponta a ponta! Aqui também é importante considerar a capacidade técnica dos profissionais envolvidos e também o número de colaboradores. Quanto maiores eles forem, também aumentam os desafios em relação a padronização. Exemplo: nossa fábrica Amadelli produz todos os produtos das 200 lojas. Eles são entregues prontos aos nossos franqueados que sabem o passo a passo para inseri-los nas lojas. 

O investimento que o franqueado precisará fazer também é um diferencial. Quanto mais qualidade e diferencial o negócio conseguir agregar, diminuindo o custo da franquia, mais destaque ele terá.  

Processo, controle de operação e logística necessitam estar alinhados para que seja possível atender toda a cadeia de parceiros. Se colocar do outro lado da negociação sempre vai facilitar a conversa: por que alguém investiria no seu negócio como franqueado? A resposta é: suporte. E aí me refiro em todas as etapas, desde a escolha do ponto até o dia a dia da operação. É preciso além de conexão, direcionar todas as estratégias e ter as soluções para cada dor da nova operação.

Mais importante ou tanto quanto tudo isso que citei é que a marca é uma só perante o consumidor, independente de quantas franquias existirem, e o seu futuro franqueado é o seu consumidor atual. Então estabelecer um processo bem definido e ao mesmo tempo saber lidar com pessoas são as duas principais munições. 

Sérgio Kendy é CEO do Grupo The Best que reúne as marcas The Best Açaí, Amadelli, Gracco Burguer e Gracco Express.