A aproximação do Dia Mundial de Combate ao Câncer, celebrado em 04 de fevereiro, acende um alerta para a incidência de câncer de bexiga na população e a relação entre o tabagismo e a doença. Segundo informações do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo, o hábito de fumar aumenta em três vezes as chances de desenvolver a doença e está ligado a 65% dos casos diagnosticados em homens e em 25% dos casos em mulheres.
“O tabagismo é o principal fator de risco para o surgimento do câncer de bexiga. Infelizmente as pessoas associam o fumo somente a outros tipos de câncer, mas esquecem os males que este hábito traz ao sistema urinário de um modo geral”, alerta Paulo Jaworski, médico urologista, professor titular da Faculdade Evangélica Mackenzie e diretor científico do Uroville - Urologia Avançada. Ele explica que essa relação ocorre porque as mais de 5 mil substâncias químicas presentes no cigarro são filtradas pelos rins após caírem na corrente sanguínea e permanecem na urina, podendo danificar as células da bexiga ao longo do tempo.
De acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), todos os anos aproximadamente 11 mil novos casos de câncer de bexiga são diagnosticados no Brasil e os homens brancos com mais de 60 anos são o principal grupo de risco. Entre os sintomas mais comuns estão o surgimento de sangue na urina, dores frequentes ao urinar e aumento da frequência urinária. Sintomas avançados incluem perda de peso, inchaço das pernas e dores nos ossos. Como os sintomas são comuns também em outras doenças do sistema urinário, a orientação é buscar atendimento médico assim que notar qualquer alteração.
O médico ressalta que apesar de ser o segundo tipo de câncer mais frequente no sistema urinário, as chances de cura aumentam se o diagnóstico for feito precocemente. “Atualmente temos evoluído muito no tratamento do câncer de bexiga e as técnicas cirúrgicas estão cada vez menos invasivas, trazendo uma recuperação mais rápida ao paciente e reduzindo os riscos de complicações. Quanto antes o câncer for detectado, maiores as possibilidades de cura”, destaca Paulo Jaworski.