No dia 21 de dezembro é comemorado, no Brasil, o Dia do Atleta. A data foi instituída em 1961, pelo então presidente Jânio Quadros. A ideia de se ter um dia exclusivo dedicado a estes homens e mulheres, tantas vezes considerados “heróis” pela nação, parece algo óbvio e natural. Mas o que de fato comemoramos neste dia?
Apesar da data ter sido instituída em 1961, a prática de esportes, ou seja, o “ser atleta”, somente foi considerada uma profissão no país em 1998, com a promulgação da Lei nº 9.615 de 24 de março. No entanto, relatos de atletas em atividade são conhecidos desde a Antiguidade, nos Jogos Olímpicos que tiveram início em 776 a. C., com provas que demandavam muito treino e aprimoramento das capacidades físicas dos competidores. Os atletas não eram profissionais. Não havia remuneração e as recompensas recebidas se restringiam a uma coroa de ramos feita com as folhas da oliveira e refeições garantidas ao longo da vida. O que mudou com o passar dos anos?
Além da profissionalização, que permitiu aos atletas viverem (ou sobreviverem) deste ofício com o recebimento de salários, a busca por patrocínios, como complementação da renda, fez crescer o nível de competitividade e dos índices e recordes estabelecidos nos esportes. Atualmente, a tecnologia entra em campo, em quadra, nas pistas e piscinas, como uma aliada do treinamento físico e tático. O uso desta ferramenta vai desde o mapeamento genético do atleta para prescrição do treino mais adequado e da prevenção de lesões, passando pelas vestimentas tecnológicas de alta performance e pelo uso da realidade virtual em treinamento com foco no aprimoramento de tomada de decisão e condicionamento físico, até o uso de Inteligência Artificial (IA) para identificar os pontos de melhoria de um atleta. É a evolução atuando para a fabricação de super atletas em série.
Talvez o conceito de evolução esteja um pouco equivocado, quando se chega à conclusão de que a tecnologia impossibilita a mera comparação entre o atleta de ontem e o atleta de hoje. Pesquisas com fósseis comprovam, por exemplo, que aborígenes australianos de 20 mil anos atrás poderiam alcançar velocidades superiores ao do atleta Usain Bolt, atual recordista dos 100 e 200 metros rasos. Quais foram as reais mudanças então? Na teoria, os atletas atuais estariam muito a frente nos quesitos de performance. Na prática, fatores intrinsicamente humanos, como talento, capacidade de improviso diante do imprevisível e criatividade, continuam sendo o principal diferencial quando o acesso à tecnologia fica à disposição de todos.
Se para o atleta de ontem, os desafios principais giravam em torno da profissionalização, para os atletas de hoje eles continuam: quando os salários são baixos e não se encontra incentivo ou iniciativa privada disposta a investir recursos em suas promissoras carreiras. E as semelhanças não param por aí. Seja ontem, hoje, ou amanhã, ser atleta continuará demandando dedicação árdua aos treinamentos diários e exaustivos, abdicação de momentos com a família em prol de intermináveis competições, a busca por índices e a falta de reconhecimento a este “trabalho” que tantas alegrias traz para os brasileiros.
Então, no dia 21 de dezembro, cabe a cada um de nós, independente da sua profissão, comemorar aplaudindo de pé estes profissionais, que dedicam as suas vidas para conquistar pódios, medalhas e troféus que enchem os nossos dias de esperança e nos fazem acreditar que vale a pena ser brasileiro, com muito orgulho e com muito amor.
*Fernanda Letícia de Souza é Especialista em Fisiologia do Exercício e Prescrição do Exercício Físico e professora da Área de Linguagens Cultural e Corporal do Centro Universitário Internacional UNINTER.
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