O deputado Professor Lemos (PT) participou na manhã desta terça-feira (15), no Senado Federal, em Brasília, da sessão solene em homenagem à Marcha das Margaridas, maior ação política de mulheres da América Latina. A solenidade faz parte das atividades que compõem o evento que acontece entre hoje e quarta-feira (16) na capital federal. A expectativa é que mais de 100 mil mulheres do campo, da floresta, das águas e das cidades participem da 7ª edição da Marcha. O tema deste ano é “Pela Reconstrução do Brasil e pelo Bem Viver”.
“O tema deste ano fala de “reconstrução do Brasil”. Portanto, reconstruir é construir novamente, é refazer algo foi desconstruído. Bolsonaro assim que assumiu o governo em 2019, declarou que era preciso desconstruir muita coisa. Ele prometeu e cumpriu: as políticas públicas e os direitos da população, de um modo geral, não foram apenas ameaçados como deliberadamente atacados nos últimos 4 anos. As mulheres, notadamente, as mulheres negras, trabalhadoras, do campo, da floresta e das águas têm vivenciado os efeitos danosos da ausência dessas políticas no seu cotidiano. E isso significa que direitos lhes foram negados, assim como foram negadas existências e possibilidades de cuidado, proteção e segurança”, declarou o deputado.
Lemos participa da abertura oficial da Marcha, às 17h, no Pavilhão do Parque da Cidade. O evento vai contar com a presença de convidados e autoridades, como o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, ministros e ministras do governo.
“A Marcha das Margaridas 2023 traz consigo um grande desafio: reconstruir tudo o que foi destruído. Estamos falando da devastação veloz da natureza e da biodiversidade, associada ao reforço das transnacionais da mineração e do agronegócio e o sacrifício da soberania nacional e popular, com a subordinação do país aos interesses das corporações transacionais. Então, a edição deste ano propõe uma reflexão sobre que Brasil se quer reconstruir. Todos e todas estamos nessa luta por Um Brasil do Bem Viver! Esse é o horizonte e o sentido da reconstrução do Brasil que as Margaridas querem", disse.
Além da sessão solene, a programação da manhã de hoje também contou com plenárias, oficinas e painéis temáticos, além de uma mostra com artesanato e produtos da agricultura familiar. De modo geral, o encontro vai abordar temas em 13 eixos políticos.
Ato na Esplanada
Na quarta-feira, a tradicional Marcha das Margaridas vai tomar conta das ruas de Brasília a partir das 7h. Esse é o momento mais esperado do evento, que ocorre a cada quatro anos. As Margaridas vão caminhar seis quilômetros pela Esplanada dos Ministérios até chegar ao Congresso Nacional para o ato de encerramento, que vai contar com a presença do presidente Lula.
A coordenadora-geral Mazé Morais conta que as margaridas entregaram ao governo uma pauta de reivindicações em junho. Ela diz que a expectativa é de uma resposta positiva de Lula com anúncios importantes para as mulheres. A Marcha das Margaridas é realizada desde o ano 2000, sempre no mês de agosto. É uma homenagem à líder sindical Margarida Alves, que foi assassinada há 40 anos em Alagoa Grande, na Paraíba.