O deputado Ney Leprevost (Unão), coordenador da Frente Parlamentar da Medicina, protocolou na Assembleia Legislativa um projeto de lei para adoção de ações e procedimentos visando a humanização do luto materno e parental nos casos parturientes de fetos natimortos, perdas gestacionais ou neonatais em todos hospitais públicos do Paraná.
“O sofrimento solitário é um alto fator de risco para diversos transtornos psicológicos, como ansiedade e depressão, além do aumento do risco de adoecimento cardiovascular, do sistema endócrino e, em casos muito extremos, até tentativas de suicídio. Desta maneira, vale a pena tornar ampla a discussão sobre o tema, bem como investir na qualificação de profissionais e serviços de saúde”, alerta Leprevost.
De acordo com o projeto, deverá ser oferecido acompanhamento psicológico à gestante e ao genitor durante a internação hospitalar, bem como no período pós-operatório.
Após a alta hospitalar, quando solicitado ou constatada a necessidade, deverá ocorrer acompanhamento psicológico com profissional habilitado.
O objetivo é assegurar à humanização do atendimento aos pais no momento do luto gestacional, perinatal e neonatal; além de serem oferecidos serviços com intuito de reduzir potenciais riscos e vulnerabilidades aos envolvidos neste momento.
O projeto propõe ainda, entre outras ações, a confecção de materiais informativos e de orientação sobre luto, bem como sua distribuição gratuita à sociedade e aos profissionais da área de saúde; convênios entre estado e instituições do terceiro setor, que trabalham com luto parental, para oferecimento de fóruns, jornadas, palestras, ou capacitação de profissionais de saúde para acolhimento a pais enlutados ainda no hospital visando atualizar e orientar sobre os comportamentos e procedimentos quanto ao trato com as mães que perderam filhos; como por exemplo, meios de dar a notícia da morte do filho e orientações a respeito de grupos de apoio.
“É fundamental que o Poder Público ofereça protocolos de atenção integral que orientem a organização dos serviços de saúde, da atenção hospitalar e de assistência social, ofertando e organizando a rede de assistência para impedir que mais camadas de sofrimento sejam adicionadas àquela que já é uma enorme dor, garantindo ainda, a autonomia dos atores envolvidos através da oferta de uma assistência digna e respeitosa”, afirmou Leprevost.