O que poderia ser mais um dia qualquer para os brasileiros, tornou-se um verdadeiro marco na história do país. No dia 1° de junho de 1808, circulou a primeira edição do jornal Correio Braziliense, criado pelo jornalista Hipólito José da Costa. O periódico era impresso em Londres mensalmente e apenas a elite tinha acesso, já que nem todos tinham condições de comprar um exemplar.
O Correio Braziliense foi pioneiro na atividade jornalística, chegou incomodando os grandes e ajudando formar a opinião pública. Suas matérias tinham um forte tom de critica ao governo da época, que era liderado pelo rei português D. João VI. Ele era favorável aos princípios liberais, fim do trabalho escravo e prezava pela liberdade de expressão. Em 1809, ano seguinte do inicio de suas atividades, o periódico foi proibido, mas circulava de forma clandestina em terras brasileiras e portuguesas.
Para controlar a imprensa do Brasil, Dom João, usou as máquinas impressoras que haviam sido trazidas com a família real de Lisboa, na fuga para o Brasil, em 1807. Com os equipamentos em mãos, nasce a Impressão Régia, hoje Imprensa Nacional, que realizava a impressão da Gazeta do Rio de Janeiro. O jornal publicava apenas o que o rei autorizava e temas que iam contra os bons costumes da época, críticas à igreja ou ao governo eram proibidos. A Gazeta acabou se tornando um veículo de comunicação institucional, pois somente assuntos relacionados a corte portuguesa eram veiculados.
Embora a Gazeta do Rio de Janeiro tenha sido o primeiro jornal genuinamente brasileiro, quem inaugurou a circulação de impressos no país foi o Correio Brasiliense. Além dos dois, outros periódicos surgiram com o passar dos anos, como o Diário do Rio de Janeiro (1821), Diário de Pernambuco (1827), o Farol Paulistano (1827).
Se por um lado a imprensa ganhava cada vez mais representantes no país, uma vilã também estava presente nas redações dos jornais: a censura. A única empresa que fazia a impressão dos jornais era a Imprensa Régia, que era comandada pela corte portuguesa. Na época, três pessoas eram responsáveis por fiscalizar o conteúdo de cada publicação.
No dia 28 de agosto de 1821, ocorreu a deliberação das Cortes Constitucionais de Lisboa, que defendia a liberdade de expressão. Com esse feito, a censura perdeu força e chegou ao fim no Brasil, tornando a imprensa livre para atuar e informar.