Segunda, 04 de Agosto de 2025 (42)99838-3791
Geral UEPG

Em mostra da UEPG, pesquisadores alertam sobre riscos da emergência climática

Foto: Reprodução/UEPG O Setor de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Estadual de Ponta Grossa (Secisa-UEPG) promoveu a 2ª Mostra do setor, ...

04/08/2025 10h39
Por: Redação Fonte: UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG

Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
O Setor de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Estadual de Ponta Grossa (Secisa-UEPG) promoveu a 2ª Mostra do setor, nos dias 30 e 31 de julho, no Campus Central da instituição. O evento, com o tema “Emergência Climática e o Compromisso das Profissões”, foi direcionado aos estudantes de graduação dos cursos de Psicologia, Jornalismo, Comércio Exterior, Turismo, Economia, Administração, Serviço Social e Ciências Contábeis, além de três programas de pós-graduação e cursos de Educação a Distância (EAD).

Nos dois dias de atividades, os palestrantes foram unânimes em avaliar que todas as profissões desempenham um papel crucial no combate às emergências climáticas, ressaltando a urgência de um maior engajamento da sociedade com a causa.

O vice-reitor da UEPG, Ivo Mottin Demiate, destacou a importância do debate e da busca por soluções aplicáveis nas diversas áreas do conhecimento. “Ver tantos alunos e docentes aqui debatendo as emergências climáticas mostra o compromisso da nossa comunidade acadêmica com mudanças efetivas”, disse.

Na abertura, a diretora do Secisa e professora do Departamento de Serviço Social, Sandra Maria Scheffer, explicou o processo de escolha da temática. “Tivemos a sugestão de três temas, mas quando foi mencionada a questão do meio ambiente, mais especificamente das emergências climáticas, a comissão foi unânime em aprovar”, comentou. Ela enfatizou que a responsabilidade por um mundo melhor “é nossa, de toda a sociedade e de todas as profissões”.

O coordenador do curso de Psicologia, Oriomar Skalinski Junior, abordou como as emergências climáticas afetam a sociedade de formas que escapam às estatísticas. Ele mencionou “o trauma e suas consequências, como uma forma de sofrimento que não encontra, ao menos preliminarmente, nome nem escuta”. Para o professor, “é nesse ponto que a psicologia, e aqui penso especialmente a partir de sua vertente psicanalítica, talvez possa oferecer uma contribuição singular”.

Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Skalinski Junior também discutiu o negacionismo presente nas questões climáticas. “Algo é percebido, mas imediatamente repudiado. Como quem diz: ‘Sim, eu vi, mas não acredito’. A negação, portanto, permite ao sujeito continuar operando sem romper por completo o seu equilíbrio”, explicou. Segundo ele, a realidade climática impõe um desconforto que ameaça as convicções narcísicas e exige um trabalho de luto e aceitação. “Somos chamados enquanto civilização àquilo que está sendo silenciado. Assim como os psicólogos não podem negar o sofrimento do paciente, a sociedade não pode deixar de enxergar as emergências climáticas atuais”, concluiu.

A professora Adriana Gresielly Fabrini, coordenadora do curso de Administração com formação em Comércio Exterior, destacou um marco histórico que rege o atual momento global, onde as discussões ambientais se tornam cada vez mais necessárias. “Temos como referência a Revolução Industrial. Infelizmente, ela é, talvez, o grande agente do impacto que estamos sofrendo até hoje e o que nos traz a esta discussão”, comentou.

No campo do Turismo, a professora Jasmine Cardoso Moreira relatou que sua área é diretamente afetada pelas mudanças climáticas em todos os biomas. Ela mencionou problemas em geleiras, recifes de corais e florestas, além da poluição, que tornam a busca por soluções imediata. “Falamos em ecoturismo, na proteção, principalmente, das unidades de conservação. Ela é primordial para que possamos ter, realmente, um ecoturismo e evitar acidentes no futuro”, exemplificou. Moreira também apontou que a certificação de atrativos e empresas, como hotéis, tem se mostrado uma medida eficaz e um reconhecimento de iniciativas positivas.

Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Pelo curso de Jornalismo, a professora Hebe Maria Gonçalves de Oliveira afirmou que todas as questões ambientais ligadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU para 2030 são pautas em potencial para o trabalho jornalístico e para a ampliação do debate na sociedade. “Todos esses objetivos chamam a atenção do jornalismo, estamos sempre observando. É importante que o Jornalismo esteja atento a eles”, ressaltou.

Compromissos inadiáveis

No segundo dia do evento, Luiz Paulo Gomes Mascarenhas, da Superintendência-Geral de Desenvolvimento Econômico e Social do Governo do Paraná, apresentou as ações que o estado está implementando para enfrentar a emergência climática.

Mascarenhas informou que o Paraná assumiu compromissos junto à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e participa do Programa de Cooperação Internacional Urbana e Regional (IURC) da União Europeia. Ele também destacou o programa Paraná Local 2030, medidas de conservação da Mata Atlântica que incentivam a apicultura sustentável (Morretes, cidade do Pólen), o projeto Piraquara 100% Orgânico, o alinhamento do Plano Plurianual (PPA) com os ODS da Agenda 2030, e o programa Visão 2053, que visa estruturar o estado para as próximas três décadas.

Na avaliação do superintendente, o Paraná pode ser considerado um modelo na busca por alcançar as metas de combate às emergências climáticas. “Mas, o estado sozinho não muda nada. Quem faz a mudança são vocês. E ninguém faz nada sozinho”, advertiu.

Cinco eixos prioritários

Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Francisco de Assis Mendonça, professor da Universidade Federal do Paraná e referência em climatologia, também participou do evento. Em sua visão, cinco eixos devem ser prioritários no enfrentamento às emergências: a celebração de compromissos para mitigação e adaptação, atenção especial às populações vulneráveis, defesa intransigente da natureza, restauração de ambientes degradados e a promoção da justiça socioambiental e climática. “Os extremos estão acontecendo no clima. Você terá um momento de muito frio, muita chuva, associado ou contrariado com outro momento de muita seca, muito calor, muito vendaval, entre outros. Essas mudanças que estão acontecendo, passam hoje como tema de todas as disciplinas, porque em todas elas a gente tem que desenvolver ações para fazer o enfrentamento”, explicou.

Gilson Cruz, professor de climatologia no Departamento de Geociências e coordenador do Laboratório de Climatologia e Estudos Ambientais da UEPG, ressaltou que “depois de tantas mudanças que nós provocamos, as emergências climáticas bateram à nossa porta” “Então, nós vamos ter que buscar soluções para esses problemas e produzir materiais”, argumentou. Cruz também observou a tendência de alguns grupos sociais normalizarem as mudanças climáticas, o que intensifica os problemas. “Precisamos conscientizar e é preciso que as pessoas também se conscientizem de que as mudanças climáticas estão aí e não atingirão a todos ao mesmo tempo e da mesma forma, mas, com certeza, afetarão com mais intensidade os mais vulneráveis”, alertou.

Emergência climática em números

Dados da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) mostram que entre 2013 e 2022, 93% dos municípios brasileiros foram afetados por eventos climáticos extremos, como inundações, secas, ondas de calor e incêndios florestais e 4,2 milhões de pessoas foram deslocadas em 47% dos municípios brasileiros devido a esses mesmos eventos.

Ondas de calor também se tornaram mais frequentes. Isso porque, segundo a Ong WWF , de 1961 a 1990, o Brasil registrava em média sete dias de ondas de calor por ano. Esse número subiu para 20 dias entre 1991 e 2000, 40 dias entre 2001 e 2010, e 52 dias entre 2011 e 2020. Perdas financeiras também foram observadas pelo Banco Mundial. No Brasil, o prejuízo foi de cerca de R$ 13 bilhões por ano entre 1995 e 2019.

Em todo o mundo, mais de 765 mil pessoas morreram em decorrência de eventos climáticos extremos, de 1993 a 2022, segundo a ONG German Watch e 220 milhões de pessoas foram deslocadas internamente entre 2014 e 2024, devido a desastres climáticos, segundo a ONU .

Texto e fotos: Helton Costa
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Nenhum comentário
500 caracteres restantes.
Comentar
Mostrar mais comentários
* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.