O Instituto Água e Terra (IAT) divulgou nesta segunda-feira (4) um protocolo de segurança para que as pessoas saibam como agir ao encontrar animais silvestres, especialmente grandes felinos, em ambientes urbanos. O objetivo é evitar riscos tanto para as pessoas quanto para a fauna, como o sucesso do resgate que ocorreu na quinta-feira (31) em Formosa do Oeste , no Oeste do Paraná.
O órgão ambiental elaborou um atendimento específico voltado a essas situações. O primeiro passo, explica Mauro Britto, o biólogo do IAT, é manter distância e entrar em contato com o IAT pelonúmero (41) 9-9554-0553.Se necessário, o caso será encaminhado para alguma regional do Instituto. O envio de imagens também ajuda na identificação da espécie, garantindo um atendimento mais eficiente.
“Muitas das vezes nos deslocamos até a propriedade e verificamos no próprio local quando a situação é mais grave. A partir daí, monitoramos ou repassamos ao escritório mais próximo quando é distante da Região Metropolitana de Curitiba”, explica o biólogo.
Em áreas onde há suspeita ou confirmação da presença de grandes felinos, como onça ou puma, a orientação é que se faça barulho, especialmente nos horários de maior atividade dos animais — fim de tarde e início da manhã. Tocar buzinas ou até mesmo soltar rojões pode ser eficiente. Também é importante manter luzes acesas durante a noite fora de casa.
Evitar andar sozinho e manter crianças sempre acompanhadas é fundamental. Em caso de encontro acidental com o animal, a orientação é manter a calma, não virar as costas e se afastar lentamente. Em último caso, levantar os braços e fazer barulho para parecer maior pode assustar o felino.
NO CAMPO– Produtores rurais também devem estar atentos. Durante a noite, o recomendado é recolher os animais em currais ou apriscos, de preferência bem iluminados – detectores de movimento que acionam iluminação automática são um reforço útil. Manter no rebanho animais mais velhos e com chifres ajuda na defesa coletiva. Pastos próximos à mata devem ser evitados, o ideal é manter ao menos 200 metros de distância.
Animais prenhes ou em final de gestação devem ser isolados em locais seguros. E em áreas menores, cercas elétricas podem ser um bom reforço. Caso algum animal do rebanho seja morto, a orientação é não mexer na carcaça, pois é importante que ela seja analisada para identificar corretamente a causa da morte.
O IAT reforça que a captura do animal silvestre é o último recurso, já que os grandes felinos são animais raros e muito importantes para o equilíbrio dos ecossistemas. Além disso, é essencial não desmatar áreas nativas e denunciar casos de caça ilegal.
CAUSAS–Segundo a médica-veterinária do IAT, Gabriela Chueiri, o avanço da urbanização sobre os ecossistemas florestais é o principal responsável pelas frequentes visitas de felinos a centros urbanos. “O desmatamento e a fragmentação florestal são os principais impactos antrópicos associados com esta presença em regiões peridomiciliares”, afirma.
“Muitas vezes esses animais entram em áreas urbanas quando são liberadas pela mãe e saem à procura de estabelecer território ainda jovens. Nesses casos, eles apenas cruzam as áreas urbanas, não vão se estabelecer por ali em razão do desmatamento”, completa Britto.
ANIMAIS FERIDOS– No caso de avistar animais machucados, o resgate pode ser solicitado ligando na secretaria de meio ambiente do município ou no setor de Fauna do Instituto Água e Terra para demais orientações.
Para denúncia de animais vítimas de maus-tratos, caça, tráfico ou cativeiro irregular, o cidadão deve entrar em contato diretamente com a Polícia Militar Ambiental por meio do Disque Denúncia 181 ou com a Ouvidoria do IAT.
É necessário informar de forma objetiva e precisa a localização e o que aconteceu com o animal. Quanto mais detalhes sobre a ocorrência, melhor será a apuração dos fatos e mais rapidamente as equipes conseguem fazer o atendimento.
O IAT ressalta ainda que o ato de matar, perseguir e caçar animais silvestres é um crime previsto pela Lei Nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998.
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