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CNSK8: pistas do Complexo do Tarumã viram referência do skate com competição nacional

Referências nacionais da modalidade, como os paranaenses Gui Khury e Augusto Akio, elogiam a estrutura do Governo do Estado que será palco da terc...

25/07/2025 14h23
Por: Redação Fonte: Secom Paraná
Foto: Geraldo Bubniak/AEN
Foto: Geraldo Bubniak/AEN

Começa nesta sexta-feira (25), em Curitiba, a terceira etapa do STU National, o principal torneio de skate do Brasil e vitrine para os maiores nomes da modalidade. Mas antes mesmo de os atletas entrarem na pista, o local da disputa já chama atenção: o Centro Nacional de Treinamento de Skateboarding (CNSK8), palco do evento que fica no Complexo Esportivo Tarumã, do Governo do Estado, virou referência nacional por unir excelência técnica, formação de base e impacto social. A ponto de a estrutura ser um dos poucos equipamentos públicos utilizado oficialmente pela Seleção Brasileira da modalidade

Fenômeno mundial do skate, o curitibano Gui Khury é um dos nomes que confirmam a força do equipamento. Aos 16 anos, ele já acumula títulos como campeão mundial na modalidade vertical e nove medalhas no X-Games. Foi também o primeiro atleta a realizar a manobra 900 graus em uma competição oficial de park. Criado na capital paranaense, ele conhece bem as curvas e transições do CNSK8 — e garante que a pista está no nível das grandes competições do mundo.

“A pista do Tarumã está completa, com boas transições, opções de linha e obstáculos que ajudam a gente a evoluir mesmo. Dá pra treinar várias manobras em sequência, o que é muito importante”, afirma. “A estrutura aqui está bem próxima das pistas olímpicas. A distância dos obstáculos, o flow da pista, tudo isso faz diferença. Quando você chega num evento gringo, já não estranha tanto”.

Além da relevância técnica, ele destaca o impacto de uma pista pública como essa para a base do skate brasileiro. “Muda a vida de muitas pessoas. Imagina o tanto de skatistas talentosos que podem surgir com uma estrutura dessas? Incentiva a galera a praticar, a se ajudar. O skate só tem a crescer com isso”, elogia o prodígio da pranchinha.

Outro nome de peso que voltou às suas origens nesta etapa do STU é o curitibano Augusto Akio, o Japinha. Bronze olímpico em nos Jogos de Paris-2024 e atual campeão mundial na modalidade park, ele cresceu andando de skate em Curitiba e celebra a importância do evento e da estrutura para o desenvolvimento do esporte.

“Essa pista se aproxima bastante de um padrão olímpico. A velocidade, os obstáculos, o desenho, tudo ajuda a gente a se preparar melhor para as grandes competições”, enfatiza. “E o mais importante é que é uma pista pública, feita para ser acessível a todo mundo”, complementa o Japinha.

A pista também recebeu elogios de atletas como Ivan Monteiro, destaque do street nacional. “É a melhor pista do circuito STU que já andei”, diz. Já a Yndiara Asp, finalista olímpica em Tóquio-2020, o projeto atende bem a elite do skate brasileiro. “Participei da inauguração da pista e, pessoalmente, considero uma das melhores do Brasil. O formato e o material de alta qualidade com que ela foi construída fazem toda a diferença”, complementa.

Com capacidade para 3 mil pessoas, a expectativa é de casa cheia para a competição que começa neste sábado. O evento já está com os ingressos esgotados para os dias de semifinal e final de evento, que ocorrem sábado e domingo respectivamente. Será a estreia da nova pista de street em uma competição profissional – mais um marco para o CNSK8.

Foto: Reprodução/Secom Paraná
Foto: Reprodução/Secom Paraná

Foto: Geraldo Bubniak/AEN


SELEÇÃO BRASILEIRA– Projetado para atender aos padrões mais exigentes do skate profissional, o CNSK8 é um dos poucos equipamentos públicos do Brasil com estrutura utilizada oficialmente pela Seleção Brasileira da modalidade. Inaugurado em 2022, o centro abriga duas pistas de nível internacional: uma de street e outra de park.

A diferença entre uma modalidade e outra é que, no street, os skatistas manobram em obstáculos que simulam elementos da rua, como corrimãos, escadas, rampas e bancos. Já no park, as manobras são realizadas em uma pista com transições curvas, parecida com uma piscina redonda, onde os atletas ganham velocidade e altura para executar manobras no ar.

A pista de park no Complexo do Tarumã é considerada uma das melhores do Brasil desde sua inauguração. A estrutura apresenta características essenciais para o nível olímpico com curvas largas, transições suaves e coping profissional – que é a borda arredondada na parte superior da rampa, especificamente projetada para manobras de deslize (grinds e slides), e que permite a prática de manobras complexas em alta velocidade.

Ali, a Seleção Brasileira realiza de dois a quatro ciclos de treinamento por ano, concentrando atletas convocados para grandes competições, como os Jogos Pan-Americanos e o circuito classificatório para a Olimpíada de Los Angeles-2028.

Já as pistas de street estão em constante mudança. A exemplo disso, foi a alteração que ocorreu dos Jogos Olímpicos de Tóquio (2020) para Paris (2024), com a principal modificação no obstáculo central. A pista do complexo esportivo do Tarumã não é diferente. No último mês, a estrutura foi atualizada e tem o novo formato inaugurado na edição atual do STU National em Curitiba, que iniciou nesta sexta (25).

Os novos obstáculos seguem referências técnicas de competições como as Olimpíadas, X-Games e etapas do circuito mundial. O traçado agora apresenta variações de altura, bancos alongados, corrimãos e escadarias com diferentes níveis de complexidade, desafiando tanto o controle quanto a criatividade dos atletas. A reformulação foi acompanhada de perto pela Confederação Brasileira de Skateboarding (CBSk).

De acordo com o presidente da CBSk, Eduardo Dias, a parceria entre a pista no Tarumã e a seleção brasileira deve aumentar. “O CNSK8 tem convênio com a Confederação de skate, então nos sentimos em casa quando vamos a Curitiba. Após a atualização da pista, pretendemos levar os treinos da seleção brasileira de street a Curitiba”, revelou Edurdos, que deve dobrar a participação da seleção brasileira de Skate em Curitiba, ainda sem data de início.

Durante os períodos de concentração, o centro esportivo é adaptado para atender exclusivamente aos atletas da seleção, com horários fechados para treinos, presença de técnicos, fisioterapeutas, preparadores físicos e até psicólogos esportivos.

Todo o ambiente é preparado para simular as condições de eventos internacionais, com controle de performance, gravações de vídeo para análise técnica e rotinas de alto rendimento. O público que participa em uma das oito turmas de aulas voltadas para iniciação e aperfeiçoamento em skate, pode acompanhar os treinos de perto.

SELETIVAS– Entre os dias 22 e 26 de julho, o CNSK8 do Complexo Esportivo do Tarumã sediou a primeira seletiva de park da história da Seleção Brasileira de Skateboarding. Ao todo, 27 skatistas, entre 15 homens e 12 mulheres, participaram da disputa por oito vagas na equipe nacional.

A seletiva teve como foco atletas ainda fora do top 30 do ranking mundial. Entre os nomes convidados, havia desde talentos da base nacional até skatistas que já passaram pela seleção júnior. A ideia foi abrir caminho para uma nova geração, oferecendo não só a chance de integrar a equipe principal, mas também acesso a suporte técnico e acompanhamento especializado.

No total, 16 vagas foram abertas nas seletivas deste ano – oito na modalidade park, em Curitiba, e oito no street, cuja disputa aconteceu em abril, no Rio de Janeiro. A formação completa da Seleção Brasileira de Skateboarding para 2025 reúne 34 nomes, que representarão o país em compromissos como o Circuito Mundial da World Skate e o ciclo preparatório para os Jogos Olímpicos de Los Angeles em 2028.

ESCOLA GRATUITA– Fora dos períodos de treino da seleção, a mesma pista usada pelos melhores skatistas do Brasil segue aberta à comunidade. Jovens talentos locais dividem o espaço com nomes consagrados. É essa convivência entre base e elite que torna o CNSK8 um projeto que ao mesmo tempo em que forma novos praticantes, também ajuda a construir pódios internacionais.

A pista é utilizada por alunos da escolinha de skate de terça a sexta-feira, com aulas pela manhã e à tarde. Ao todo, são oito turmas: seis de iniciação e duas de aperfeiçoamento. Cada turma tem até 10 alunos, com acompanhamento de dois professores, três monitores, um gestor e equipe administrativa. As aulas duram uma hora, sendo 15 minutos voltados ao acolhimento e aquecimento, e 45 minutos de prática.

As aulas são voltadas para a pista da modalidade street, que simula um ambiente urbano com obstáculos como corrimãos, escadas e bancos. Já a pista park se assemelha a uma piscina, com rampas que incentivam manobras aéreas, o que é mais difícil, portanto não recebe as aulas.

O coordenador do CNSK8 explica que a pista park foi feita para alto rendimento, ou seja, para a seleção brasileira. Como é pouco utilizada nos treinos de iniciação da escolinha, a pista fica liberada praticamente o dia inteiro.

“O público chega, faz o seu cadastro gratuito com a Federação Brasileira de Skate, assina o termo de responsabilidade e imagem, e fica liberado para treinar”, explica. “Devido ao seu lugar cercado, com vigilância, com monitores, com o nosso cuidado, os pais deixam as crianças lá depois do meio-dia e vão pegar às sete da noite”, exemplifica Fernando, sobre a confiança que a comunidade tem com a segurança do local.

Além das turmas regulares, há também horários livres em que o público pode andar de skate mediante cadastro, sempre com acompanhamento e dentro de um ambiente seguro. Essa estrutura permite atender desde quem nunca subiu em um skate até quem sonha com competições.

Foto: Reprodução/Secom Paraná
Foto: Reprodução/Secom Paraná

Foto: Geraldo Bubniak/AEN

INCLUSÃO E ACESSIBILIDADE– Mais do que uma formação técnica para futuros skatistas, o projeto desenvolvido no CNSK8 carrega um olhar social e inclusivo. Voltado também para crianças com condições do neurodesenvolvimento, como o Transtorno do Espectro Autista (TEA) e o Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), o centro tem promovido impactos significativos na vida de muitas famílias.

Diagnosticada com autismo e Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH), Sara Costa Pedroso França, de 7 anos, começou a praticar skate em maio deste ano e, desde então, tem apresentado avanços visíveis em autoestima, comunicação e regulação emocional.

“A Sarinha começou a se interessar por ler, escrever e até a aprender inglês por causa do skate. É um salto que nenhuma outra terapia havia dado até agora”, relata a mãe, Saliza. Segundo ela, o ambiente do CNSK8, com profissionais atentos e estrutura acolhedora, foi essencial para que a filha ganhasse autonomia e motivação no dia a dia. “Ela se sente parte de algo ali. O skate virou a linguagem dela para o mundo.”

O ambiente do CNSK8 contribui diretamente para esses resultados. Professores capacitados e atentos à individualidade dos alunos oferecem um atendimento que vai além da técnica, e que observam reações, respeitam limites e ajustam a abordagem conforme as necessidades de cada um.

Durante as aulas, as crianças aprendem a andar de skate em grupos pequenos, o que permite um acompanhamento próximo e personalizado. Atualmente, cerca de 20 crianças com autismo já passaram pelo projeto, e boa parte delas segue com frequência regular. A continuidade é um dos sinais mais claros da adesão com muitas famílias que optam por manter os filhos na escolinha mesmo após o período inicial de três meses – neste caso, já têm direito à renovação automática.

Os professores observam de perto como o aluno reage a estímulos e manobras, incentivam o progresso com base na confiança e utilizam o skate como ferramenta para promover concentração, equilíbrio e sociabilidade. Em muitos casos, a relação construída entre professor e aluno é tão importante quanto o aprendizado esportivo.

Programação do STU National em Curitiba:

SKATISTAS POR BATERIA

PARK FEMININO
Bateria 1 – Letícia Gonçalves, Flávia Haraguchi, Fernand Galdino e Isa Pacheco
Bateria 2 – Victoria Bassi, Marina Lima, Sofia Godoy e Helena Laurino
Bateria 3 – Alice Nassi, Lua Vicente, Yndiara Asp e Fernanda Tonissi

PARK MASCULINO
Bateria 1 – Fernando Previ, Victor Ikeda, Rafael Amorim e Nicolas Falcão
Bateria 2 – Giovani Fontanela, Pietro Nunes, Pedro Vita e Pedro Carvalho
Bateria 3 – Gustavo Prates, Bernardo Fraga, Dan Sabino e Kalani Konig
Bateria 4 – Augusto Akio, Mateus Guerreiro, Pedro Quintas e Rafael Tomé
Bateria 5 – Stevean Farfa, Eric Costa, Ian Poletto e Gustavo Picaski
Bateria 6 – Weslley Alves, Vinícius Kothe, Gui Khury e Miguel Leal

STREET FEMININO
Bateria 1 – Marina Gabriela, Karol Lima, Maria Lúcia e Maria Almeida
Bateria 2 – Ariadne Souza, Viviane Orlando, Duda Ribeiro e Isabelly Ávila
Bateria 3 – Duda Oliveira, Gabi Mazetto, Rafaela Murbach e Carla Karolina

STREET MASCULINO
Bateria 1 – Rogério Febem, Elisson Ferraz, Tiago Picomano e Gabryel Aguilar
Bateria 2 – Denis Silva, Julio Zanotti, Ismael Henrique e Ivan Monteiro
Bateria 3 – Lucas Rabelo, Jhonny Melhado, Matheus Teixeira e João L. Alves
Bateria 4 – Gustavo Malagoli, Kalani Konig, Vitor H.Genghini e Matheus Mendes
Bateria 5 – Sérgio André, Jorge dos Santos, Bruno Melão e Marcelo Batista
Bateria 6 – Wacson Mass, Eduardo Neves, Wallace Gabriel e Sebast Simonetto

SEXTA-FEIRA (25)
10h40 às 13h - Fase 1 Street masculino - transmissão nos canais do STU Channel (TikTok e Youtube)
13h10 às 16h - Fase 1 Park masculino - transmissão nos canais do STU Channel (TikTok e Youtube)
16h10 às 17h15 - Fase 2 Street masculino - transmissão nos canais do STU Channel (TikTok e Youtube)
17h25 às 19h - Fase 2 Park masculino - transmissão nos canais do STU Channel (TikTok e Youtube)

SÁBADO (26)
12h às 13h35 - Semifinal Street Feminino - transmissão na CazéTV e nos canais do STU Channel (TikTok e Youtube)
13h45 às 15h20 - Semifinal Park Feminino - transmissão na CazéTV e nos canais do STU Channel (TikTok e Youtube)
15h30 às 17h05 - Semifinal Street Masculino - transmissão no SporTV, CazéTV e nos canais do STU Channel (TikTok e Youtube)
17h15 às 18h50 - Semifinal Park Masculino - transmissão no Sportv, CazéTV e nos canais do STU Channel (TikTok e Youtube)

DOMINGO (27)
10h55 às 12h - Final Park Masculino - transmissão na Globo, CazéTV e nos canais do STU Channel (TikTok e Youtube)
12h10 às 13h - Final Paraskate Street - transmissão na CazéTV e nos canais do STU Channel (TikTok e Youtube)
14h10 às 14h55 - Final Street Feminino - transmissão na Sportv, CazéTV e nos canais do STU Channel (TikTok e Youtube)
15h05 às 15h55 - Final Park Feminino - transmissão na Sportv, CazéTV e nos canais do STU Channel (TikTok e Youtube)
16h05 às 16h50 - Final Street Masculino- transmissão na Sportv, CazéTV e nos canais do STU Channel (TikTok e Youtube)

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