A Operação Rondon Paraná terminou nesta segunda-feira (21) com o saldo de mais de 38 mil pessoas impactadas na região do Norte Pioneiro, em cerca de 1.200 atividades de extensão, pesquisa e ensino desenvolvidas em 14 cidades.
A cerimônia de encerramento dos trabalhos aconteceu na cidade de Bandeirantes, Norte do Estado, no resort Morro dos Anjos, e reuniu rondonistas, autoridades, prefeitos e representantes municipais. Houve apresentações culturais, entrega de troféus e certificados, além de uma surpresa, com a participação do ex-jogador de vôlei, Giba, em uma palestra sobre performance e legado.
A Operação Rondon Paraná começou no dia 11 de julho e levou atendimentos para as cidades de Barra do Jacaré, Quatiguá, Cornélio Procópio, Leópolis, Nova Fátima, Nova América da Colina, Nova Santa Bárbara, Congonhinhas, Santa Amélia, São Sebastião da Amoreira, Rancho Alegre, Joaquim Távora, Guapirama e Itambaracá.
Os trabalhos foram conduzidos por professores e alunos de sete universidades estaduais e mais oito instituições de ensino superior parceiras. Ao todo, estiveram na linha de frente de oficinas, formações técnicas e palestras 42 professores, 11 técnicos e 276 estudantes voluntários, resultando em um total de 1.288 atendimentos e um impacto direto na vida de mais de 38 mil pessoas na região Norte e no Norte Pioneiro.
Estes dados foram coletados pelo sistema WebGIS, uma interface de dados financiada pela Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), com recursos do Fundo Paraná, e que foi utilizada pela primeira vez na Operação Rondon Paraná.
Segundo Elaiz Buffon, professora coordenadora da interface WebGIS, com o cruzamento de indicadores foi possível apurar informações nunca antes levantadas. “Por exemplo, conseguimos identificar que mais de 70% das ações impactaram diretamente o IDH de saúde e educação”, afirmou.
A WebGIS revelou também que 16% da população impactada não conhecia a universidade de fato; 45% nunca haviam participado de ações universitárias e 97% pediram a continuidade dos trabalhos.
Estes números impressionaram o secretário da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Aldo Bona. No encerramento, ele repercutiu justamente o impacto da Operação Rondon na região do Norte Pioneiro, que recebeu no total um investimento de R$ 2,7 milhões do Governo do Paraná.
“Os dados da operação são expressivos, puderam ser mensurados em tempo real, mas especialmente são importantes quanto à necessidade da presença cada vez maior das universidades na vida da população e a possibilidade de uma pessoa vir a estudar em uma universidade”, disse.
DIVERSIDADE– Sandra Ferreira, coordenadora estadual da Operação Rondon, esteve em todos os municípios atendidos e acompanhou de perto as ações universitárias. Para ela, a operação reflete uma diversidade imensa quanto ao potencial dos alunos e professores.
Segundo Sandra, as equipes que trabalharam na Operação Rondon foram montadas de acordo com os projetos de extensão e as propostas das oficinas, mas revelaram na prática que todos estavam ali em nome de um trabalho maior. “Cada equipe demonstrou muita humanização”, afirmou. “Eram pessoas de diversas áreas do conhecimento e de formação, mas que se apoiavam para executar atividades que usualmente não executam. Descobriram, na verdade, talentos que eles nem sabiam que tinham”.
Com o impacto da edição 2025, a coordenadora reflete acerca da dimensão comunitária e de todas as pessoas envolvidas para que o trabalho aconteça. Ela reconhece os desafios dos voluntários, ao passarem dias fora de casa, longe dos familiares. “Mas eu acredito na coletividade e vejo isso no Rondon. Aqui ninguém trabalha sozinho”, disse.
O pró-reitor de Extensão da Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP), Rui Gonçalves Marques Elias, foi o coordenador-geral da Operação na região do Norte Pioneiro e destacou a missão cumprida pelos trabalhos. “Chegamos ao final com a sensação muito boa de dever cumprido, mas especialmente satisfeito pela operação mostrar à população a importância da universidade na vida de todos. Fica aqui o meu agradecimento especial a todos os rondonistas e à comunidade em geral”, disse.
EXTENSÃO E TRANSFORMAÇÃO– Para Valderice Herth, professora da Unespar e coordenadora da equipe que trabalhou na cidade de Santa Amélia, esta é uma oportunidade de ver amizades se formando. “O pessoal de Exatas, ao lado do pessoal de Humanas, promoveu oficinas que transformaram vidas. Todos reconheceram o impacto na vida de tanta gente, a partir de um trabalho impressionante”, afirmou.
As rondonistas Natália Chaves, 22, e Gabriella Ribeiro, 20, contam que, após a vivência em Nova Fátima, se sentem mais desinibidas para trabalhar com o público. Elas estudam Enfermagem e Direito na Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP), respectivamente.
A oportunidade extensionista propiciou experiências a elas que o ensino na graduação não havia trazido até então. “Eu era uma pessoa mais introvertida. Agora sou mais comunicativa. Mudou muita coisa, até nas amizades”, diz Natália Chaves. “Eu era uma pessoa mais tímida na minha. Hoje eu vejo que a gente tem que acolher todo mundo e ser acolhido. E foi isso que o Rondon trouxe”, contou Gabriella.
OPERAÇÃO RONDON PARANÁ – A Operação Rondon Paraná 2025 foi um trabalho financiado pelo Governo do Estado e coordenado pela Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti-PR).
Sete universidades estaduais atuaram na Operação: Universidade Estadual de Londrina (UEL), Universidade Estadual de Maringá (UEM), Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP), e Universidade Estadual do Paraná (Unespar).
Junto a elas estiveram presentes as universidades parceiras: Universidade Paranaense (Unipar); Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR); Centro Universitário de Cascavel (Univel); Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Centro Universitário Ingá (Uningá), de Maringá; Instituto Superior do Litoral do Paraná (Isulpar), Centro Universitário Campo Real Guarapuava e Faculdade de Apucarana (FAP).