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Ensino Páscoa Solidária

Projetos de extensão da UEPG atendem mais de 400 crianças na Páscoa

Durante o mês de março, alunos da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), vinculados a projetos de extensão, realizaram diversas campanhas para arrecadação de chocolates para uma Páscoa Solidária

05/04/2024 16h00
Por: Redação Fonte: UEPG
Divulgação
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Durante o mês de março, alunos da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), vinculados a projetos de extensão, realizaram diversas campanhas para arrecadação de chocolates para uma Páscoa Solidária.

Duas grandes campanhas foram organizadas: uma em prol da Ocupação Erickson John Duarte, encabeçada pelo Movimento Popular de Luta (MPL) juntamente com os projetos de extensão Elos, Alô Mulheres, Agência de Jornalismo e Combate à Desinformação nos Campos Gerais, vinculados ao curso de Jornalismo; outra liderada pelo Centro Acadêmico Carvalho Santos, do curso de Direito, em parceria com o Operário Ferroviário Esporte Clube (Ofec), em prol da Associação Pontagrossense de Assistência à Criança com Deficiência (APACD-PG).

Esta é a terceira vez que a Ocupação recebe os alunos e professores vinculados aos projetos de extensão de Jornalismo. O Expresso Feminino Trem Fantasma também esteve presente com a bateria no dia da entrega dos kits montados pelos estudantes. A professora Karina Janz Woitowicz destaca que “foi uma bela campanha. Foram arrecadadas 150 caixas de bombons que foram organizadas em kits e doadas para cerca de 300 crianças no último sábado (30)”. 

Para a caloura Natalia Freitas de Almeida, que faz parte do projeto Elos, voltado à produção jornalística no assunto dos direitos humanos, vincular-se a projetos de extensão é essencial para “conhecer a sociedade à nossa volta e sair da nossa bolha, entender como funciona uma realidade que a gente não pertence, mas está inserido naquilo”. 

O Elos tem parceria com diversos grupos e movimentos da cidade. A caminhada junto à Ocupação começou no final de 2021 e está interligada com a missão do projeto: auxiliar na promoção da cidadania, da informação e na garantia de direitos humanos e diversidade de gênero, por meio da troca de conhecimentos e vivências durante a formação dos profissionais jornalistas. 

Natalia ressalta que é “impossível ser um bom jornalista sem conhecer a sociedade ao seu redor”. E que a experiência de entregar chocolates na Ocupação foi transformadora. “É muito legal de você ver o quanto aquilo faz diferença para elas. Eu acho que a importância dos alunos fazerem parte de iniciativas como essa é justamente você conhecer a sociedade à tua volta, isso é agregador para a gente como profissional e como e principalmente como ser humano. Muda o nosso olhar e muda a visão que a gente tem diante do outro, diante do mundo“.

Em 2024, a estudante Emelli Schneider entrou no seu quarto ano de Jornalismo vinculada ao projeto de Combate à Desinformação nos Campos Gerais. A estudante conta que o seu interesse pela iniciativa começou em setembro de 2022, “no período das eleições, onde eu sabia a necessidade e importância de se debater e combater as notícias falsas que circulam no período eleitoral”. Emelli conheceu o MPL por meio de uma matéria realizada durante o segundo ano da graduação e passou a participar das ações do projeto de extensão sabendo da sua responsabilidade social. 

Para ela, é de extrema importância que a universidade pública e os alunos se interessem por iniciativas como essa. “A Universidade não está e não pode ser restrita somente aos espaços que estamos acostumados, como a sala de aula, por exemplo. Ela precisa ir além, e por isso é tão importante que campanhas de Páscoa, Natal e outras sejam feitas, porque elas oferecem aos alunos experiências ricas e importantes, tanto para a vida acadêmica, como para a vida pessoal”. A aluna ressalta que “o projeto Combate e ainda outros que existem no curso de Jornalismo oferecem isso aos alunos, e é necessário que cada vez mais os alunos se interessem pelo projeto porque é mais que importante debater política e causas sociais”.

Alô Mulheres

Carlos Henrique da Silva é conhecido como Caique e está no segundo ano do curso de Direito. Caique participa do projeto Alô Mulheres e relata que viu ali uma oportunidade de trabalhar com uma parcela da população que não tem seus direitos devidamente resguardados e levar até elas “a devida dignidade que merecem e lhes é garantida juridicamente, através de práticas que buscam seu desenvolvimento pessoal, profissional e até cultural vide as sessões de cinema comunitário, totalmente idealizadas pelo Alô Mulheres, que são realizadas na Ocupação periodicamente”.

O estudante de Direito encontrou o projeto por meio do MPL. Infelizmente, ele conta, não foi possível comparecer à ocupação no dia da entrega dos chocolates. Mas a experiência de ajudar na arrecadação “foi muito satisfatória, principalmente pela proporção que conseguimos tomar com uma divulgação muito mais ampla do que qualquer outra campanha que já realizamos através do projeto”. Os alunos envolvidos com a arrecadação divulgaram amplamente a campanha no curso de Direito, pelos grupos individuais da turma, da Atlética, da Bateria e dos calouros, além de passar de sala em sala nos dois turnos pedindo a colaboração dos alunos.

“Quanto às outras iniciativas sociais, o projeto já promoveu suas próprias campanhas, como as de arrecadação de enxovais infantis e roupas para gestantes e, mais recentemente, de itens de manicure, que foram distribuídos no 3º Dia de Beleza da ocupação, em comemoração ao Mês da Mulher”, diz Caique. Para a arrecadação de Páscoa, a campanha se estendeu para além da UEPG. “Tivemos a chance de desenvolver esse mesmo sentimento comunitário em parentes e amigos não vinculados à universidade, uma vez que as doações também vieram de fora”.

O Alô Mulheres promove diversas rodas de conversa e conscientização praticamente todos os meses, com as mulheres da ocupação, principalmente as gestantes e puérperas, cada uma com um tema específico, como maternidade, direitos, pobreza menstrual, saúde mental. Caique reforça que, desde dezembro de 2023, o Cine DuARTE iniciou suas atividades num movimento realizado com a colaboração dos integrantes do projeto e feito para crianças da Ocupação.

Construindo uma sociedade melhor

Assim como Caique, Guilherme Trierweiler Odeli é aluno de Direito. Além de ser escoteiro há mais de dez anos, o acadêmico faz parte da secretaria de assistencialismo do Centro Acadêmico Carvalho Santos (Cacs) e entende a responsabilidade social de um estudante de uma universidade pública. Guilherme declara: “ações como essa são uma forma de retribuir à sociedade, como um todo, a oportunidade que temos de desfrutar de um ensino de público de qualidade. Nessa mesma instituição, eu aprendi a desenvolver uma visão sistêmica e integrativa do Direito, entendendo que o Direito existe para servir à sociedade e não a sociedade ao Direito”. Para ele, esse olhar interdisciplinar é possível quando o foco do acadêmico está no indivíduo e não apenas no estudo de normas jurídicas, “que, em última análise, o indivíduo deve ser o nosso foco e a lei, nossa ferramenta subsidiária para construir uma sociedade melhor”.

Rauli Gross, professor de Direito e chefe de gabinete da reitoria, coordena diversas ações sociais da UEPG e acompanhou os estudantes na visita à APACD, no último dia 28. Durante a visita, foram entregues 100 kits de chocolates às crianças atendidas pela Associação. Guilherme afirma que “receber o sorriso de uma criança como forma de agradecimento é um indicativo de que pequenos gestos e ações transformam, mesmo que momentaneamente, o dia de uma pessoa. É um indicativo de que estamos no caminho certo”. Além das ações realizadas na Páscoa, o Cacs está promovendo arrecadação de absorventes que serão distribuídos na cadeia pública Hildebrando. As doações podem ser entregues das 8h às 11h30 e das 19h às 21h30 na Secretaria do Curso de Direito, no Campus Central da UEPG.  Ao longo do ano, o Cacs irá realizar e organizar ações sociais voltadas às diferentes comunidades de Ponta Grossa. Mais informações pelo: cacs@uepg.br.

Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) contemplados por essas iniciativas desenvolvidas pelos projetos de extensão vinculados ao curso de Direito e Jornalismo são: 4 – Educação de qualidade; 5 – Igualdade de Gênero, 10 – Redução das desigualdades e 16 – Paz, justiça e instituições eficazes.

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