Algumas crianças, principalmente as até os seis anos, estanham a volta às aulas. Nestas famílias é recorrente a preguiça, o “não quero ir pra aula”, o choro e a birra na porta da escola. Se não tem como mudar a dificuldade, pelo menos há como minimizar o problema, que tende a ser passageiro. O psicólogo Leonardo Lima e a pediatra Karen Wiggers, do Eco Medical Center, dão as dicas. E a principal delas é a comunicação, franca e direta, independente da idade.
“Nas férias, a criança passa por um período de maior relaxamento em casa. Não precisa acordar tão cedo, tem liberdade para brincar bastante. Uma mudança de rotina, com horários certos e menos brincadeiras, pode gerar frustração e ansiedade”, analisa o Dr. Leonardo.
Claro que não acontece com todas, pois muitas crianças aceitam bem a vida escolar já nos primeiros dias de aula. Mas para as que têm essa resistência inicial, o psicólogo explica que o primeiro passo é recriar a rotina da escola: horários para acordar, se alimentar, descansar, tomar banho, etc.
E mesmo com as aulas já iniciadas, diz a pediatra Karen Wiggers, é importante que o adulto vá sempre adiantando à criança os próximos passos do cronograma, explicando por qual motivo devem fazer isso naquela sequência e horário. “Criança que tem rotina sabe o que vai acontecer depois ou no outro dia e quais são os limites estabelecidos pela família. Isso diminui a ansiedade e as frustrações” analisa Karen, mostrando ainda que o adulto precisa ter o esforço de fazer isso todos os dias, e não só no início das aulas.
Dormir é essencial e o sono também precisa de rotina. Por isso, é preciso diminuir ou excluir os estimulantes à noite, como a exposição às telas, o açúcar, produtos com cafeína e o excesso de brincadeiras. Tudo isso influencia na qualidade do sono, pois não adianta apenas deitar na cama. É preciso dormir profundamente.
E se mesmo assim surgir o choro e a birra na porta da escola, a despedida dos pais não deve ser longa e nem dramática. O adulto precisa transmitir segurança e confiança, numa despedida rápida e firme, relembrando rapidamente o que já foi conversado em casa. Sempre dizendo que será apenas um tempinho na escola e depois estarão juntos em casa novamente. E pronto! Sair da porta da escola.
Uma dica do psicólogo é criar uma espécie de “ritual” de despedida, um padrão. Algum gesto, alguma brincadeira, uma música, qualquer coisa que a criança identifique que é o momento de ficar na escola, como se fosse parte do cronograma de rotina da família. E sempre que a criança fizer coisas certas, independente de ser na despedida da escola ou em outros momentos, observe sem críticas os erros e elogie muito os acertos. É o que a psicologia chama de reforçador, com o qual as crianças aprendem muito.
Converse muito com a criança
O adulto tende a achar que a criança não vai entender uma conversa franca. Mas conforme o Dr. Leonardo, isso é um grande erro dos pais, subestimar os pequenos. Porém é dessa forma que ela mais aprende, pelo diálogo direto. Claro que é preciso adaptar o linguajar, mas sem infantilizar o assunto. “Seja franco com a criança. E ela vai se abrir com você”, ensina o psicólogo.
Na volta às aulas, a criança vai passar por uma readaptação social, que é reencontrar amigos e professores, ou conhecer novas pessoas. Explicar a necessidade de conviver com as pessoas é essencial. Também é preciso conversar sobre acolher crianças com necessidades especiais, fazê-la entender porque algumas crianças têm suas diferenças e criar um ambiente feliz e seguro para todos. E sempre reforçar a cultura de paz na escola. Isso faz a criança estar mais aberta a novos cenários.
E como elas vão passar mais tempo longe da família, é natural que fiquem mais irritadas e mudem o sono e o humor. Por isso, é de extrema importância que, ao chegar em casa, os pais dêem atenção ao lado emocional da criança. É preciso ter um tempinho de qualidade com os filhos, evitando fazer outras tarefas nesse momento. Conversar, abraçar, dar colo, saber como foi o dia, fazer alguma atividade que a criança goste. É importante que os pequenos sintam que o adulto os ama e se interessa por eles.
Os pais devem sempre estar presentes nas reuniões da escola e manter uma comunicação ativa com professores e pedagogos da instituição. Afinal, é na escola que a criança vai ter o seu maior desenvolvimento social e cognitivo, onde ela aprende a conviver em sociedade, justo porque é onde estará com uma quantidade maior de pessoas diferentes. E nunca tenha receio de frustrar uma criança. É na infância que ela já deve aprender a lidar com isso.
Sinais de alerta
Se mesmo depois de muita conversa, carinho e atenção a criança continuar não querendo ir à escola e tiver mudanças no comportamento, é preciso ligar o alerta máximo, pois ela pode estar sofrendo bullying ou algum outro tipo de violência. São sinais a observar: mudanças de humor, instabilidade emocional, piora do desempenho escolar ou pedidos constantes para faltar às aulas, sono irregular, dificuldade de concentração, tendência de isolamento social, sintomas depressivos, agressivos, e/ou machucados inexplicáveis.
Surgiu algum destes sinais? A escola deve ser contatada imediatamente. Pais e equipe escolar devem juntos buscar as medidas necessárias, assim como o pediatra e o psicólogo.
Cuidados básicos, porém essenciais
A pediatra Karen Wiggers ressalta que os cuidados básicos com a criança não devem ser negligenciados, pois apesar de básicos, geram resultados essenciais para o desenvolvimento. Além do sono adequado, é preciso alimentação equilibrada, tempo de lazer e brincadeiras, consultar-se sempre com o pediatra, ter suas vacinas em dia, ter atenção afetiva e acolhimento da família. Não parece, mas são detalhes que influenciam muito na volta às aulas.
A alimentação também afeta o desempenho escolar, alerta a médica. Por isso, é preciso evitar os ultraprocessados e dar preferência pelas frutas, verduras, hortaliças, proteínas, leite e derivados, que ajudam em um desenvolvimento pleno e reduzem o risco de deficiência de micronutrientes importantes ao organismo e à cognição. O mesmo alerta é para a lancheira. “É muito mais prático ter os bolinhos prontos, a bolacha. Mas a longo prazo isso vai interferir negativamente na saúde da criança pelo excesso de açúcares e de produtos químicos”, alerta a pediatra.
As atividades extracurriculares também devem ser bem pensadas e não preencher toda a agenda da criança. “Brincar e ter lazer, estar ao ar livre, ter contato com a natureza e entrar no mundo da imaginação, longe das telas, é essencial para o neurodesenvolvimento”, explica Karen.
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