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Inovação Presença feminina

Mulheres aumentam a presença e ganham posição de destaque no setor de tecnologia

Andressa Vergutz, cofundadora da startup curitibana Easy 360, destaca a necessidade de incentivos para que participação feminina cresça ainda mais na área

21/09/2023 17h42
Por: Redação Fonte: Das assessorias
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Mesmo nesse cenário adverso, diversas profissionais estão conseguindo vencer as várias barreiras que impedem uma maior participação no setor, tornando-se exemplos para que mais mulheres invistam em uma carreira na tecnologia. Apresentar trajetórias de destaque de mulheres no setor é importante para incentivar a entrada de um público feminino jovem, mostrando que é possível a todas ter sucesso na área. É o caso de Andressa Vergutz, cofundadora e head de tecnologia da Easy 360, uma startup com sede em Curitiba que desenvolveu uma plataforma on-line para otimizar a administração de empresas industriais, e que também criou um curso para a nova profissão de planner industrial, recém-chegada ao Brasil.  

Com doutorado em Ciência da Computação pela UFPR, Andressa tem experiências acadêmicas na University of Ottawa, no Canadá, e na Northeastern University, nos Estados Unidos. Ela exerce um cargo de muita liderança na Easy 360, sendo a principal responsável da empresa em áreas como ciência de dados, IA (Inteligência Artificial) e algoritmos de Machine Learning (aprendizado de máquina), IoT (Internet das Coisas) e gestão do desenvolvimento da solução easy. 

A head confirma que ainda há pouco incentivo para as mulheres, principalmente as mais novas, para que se interessem por tecnologia, algo que vem desde a educação básica, passando também pelo ambiente familiar e de trabalho. Ela revela que quando a mulher decide seguir a área da tecnologia, existem barreiras impostas inicialmente por preconceitos na educação, com colegas de sala de aula e professores desacreditando da sua capacidade em resolver problemas complexos de lógica. No ambiente de trabalho, em casos de discussões técnicas de planejamento e tomada de decisões para soluções de problemas, os profissionais muitas vezes não escutam e não acreditam na opinião que vem de uma mulher.  

“Uma mulher e homem pode expressar a mesma ideia, porém a mulher precisa comprovar que possui conhecimento sobre o que está expondo, enquanto o homem, se não souber, irão escutar e aceitar, pois para ele está tudo bem se muitas vezes não souber algo. Para a mulher, muitas vezes, isso reflete tão mal que não consideram mais chamá-la para as próximas discussões. No geral, ainda não se enxerga mulheres em posições técnicas que requeiram pensamento lógico, porém o lado feminino aguça a atenção para detalhes que muitas vezes passam despercebidos quando comparado ao perfil masculino”, afirma. 

Andressa destaca que a tecnologia é uma área para todos, que requer pensamento mais lógico, propensão para pensamento rápido na solução de problemas, o que vem do perfil e não do sexo da pessoa. “A diversidade proporciona inclusão, opiniões diferentes, pensamento fora da caixa, e tudo isso aguça a criatividade. Ela é essencial em qualquer área”, confirma.   

Para a cofundadora da Easy 360, a mulher pode atuar em qualquer área tecnológica, seja programação, banco de dados, design de software, redes, inteligência artificial, análise de dados. “Nós mulheres temos a capacidade de fazer várias coisas ao mesmo tempo, designs mais pensados, gestão de produtos bem planejadas, somos detalhistas, e isso favorece muito o ramo da tecnologia. Mas ressalto, a capacidade depende muito mais do perfil da pessoa. É preciso vencer a barreira de que não somos capazes e de que somos frágeis. Mulheres são tão capazes quanto homens, depende mais do esforço e dedicação de cada um”, destaca. 

Em sua visão, para que outras mulheres também possam alcançar o que já conquistou em tecnologia, é preciso uma melhor divulgação da área para o público feminino. A tecnologia precisa estar disponível desde cedo nas escolas para incentivar as jovens alunas a participarem de projetos na área. Nas empresas, é necessário oferecer mais programas de qualificação, tanto para a entrada de mais mulheres na área tecnológica, como para incentivar ainda mais as que já estão nela a progredirem em suas carreiras. 

“As oportunidades não chegam até as meninas nas escolas, principalmente na rede pública. Elas não sabem que a tecnologia envolve um mundo de oportunidades que vão muito além de somente programação. Precisamos divulgar tudo o que envolve o ramo da tecnologia desde cedo nas escolas, em casa, nas mídias digitais e outros meios de comunicação. Elas precisam saber que existem diversas opções e que elas podem se encaixar na área de tecnologia”, finaliza. 

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