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Inclusão financeira: mais do que uma conta, muito além de um app

Por André Nunes de Nunes*

03/08/2023 09h51
Por: Redação Fonte: Das assessorias
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O já conhecido Pix registrou recorde de transações no mês de julho. Questões como open finance, open banking e contas digitais são termos que entram cada vez mais não apenas no vocabulário da população, mas também no dia a dia. O Relatório de Cidadania Financeira do Banco Central mais recente (2021) também demostra que o percentual de adultos que têm relacionamento com instituições financeiras saltou de 85% em 2019 para 96%, em 2020. A partir de dados como estes podemos, então, concluir que quase todos os brasileiros estão familiarizados com as experiências financeiras digitais e incluídos no Sistema Financeiro Nacional (SFN)? 

A questão é mais profunda do que pode aparentar. Segundo o Banco Central, “inclusão financeira” é um estado em que todos os adultos têm acesso efetivo aos serviços providos por instituições formais, como crédito, poupança, pagamentos, seguros, previdência e investimentos. Além disso, faz parte de um conceito mais amplo: o de Cidadania Financeira, ou seja, o exercício de direitos e deveres, que permite ao cidadão gerenciar bem seus recursos financeiros. Em outras palavras, muito além de ter uma conta em alguma instituição financeira, as pessoas precisam ter acesso, informação e autonomia para utilizar os diferentes tipos de serviços em seu benefício. Dessa forma, o conceito de Cidadania Financeira pressupõe que os consumidores tenham conhecimento para gerenciar suas vidas financeiras de forma sustentável.

A questão é que, para entender as necessidades das pessoas e oferecer as melhores alternativas, é preciso estar próximo. Por isso, acreditamos que a digitalização é muito importante, assim como a ampliação da oferta de produtos e serviços, como consórcios, seguros, investimentos, entre outros. Mas estar presente é ainda mais fundamental. 

Diferente do movimento de muitas instituições financeiras, o Sicredi aumentou quase 50% o número de agências físicas, desde 2018, contando atualmente com mais de 2,5 mil pontos de atendimento em todo o Brasil. Em mais de 200 municípios brasileiros, somos a única instituição financeira com presença física, sem contar as estruturas móveis que circulam de norte a sul do país, levando informação e serviços para lugares diversos. Assim, atuamos em cidades onde outras instituições não costumam estar presentes, promovendo a Cidadania Financeira junto à população que, de outra maneira, teria acesso limitado.

A proximidade é mais do que um valor no Sicredi e seu impacto na vida financeira do associado pode ser visto na prática. Por meio do estudo “A Efetividade do Cooperativismo”, da série “Benefícios do Cooperativismo de Crédito”, vimos que a abertura de uma agência em municípios antes desassistidos pelo SFN impacta significativamente o acesso a serviços e a crédito naquelas comunidades.  

Nossos associados ativos ampliam o uso médio de produtos em 25% em um período de dois anos, após passarem a contar com uma agência em seu município. Depois de cinco anos, cada associado passa a ser atendido com uma média de sete produtos financeiros. Quando analisamos o volume de crédito utilizado pelos associados em todo o SFN, o estudo identificou uma expansão média de 27,5% ao longo dos cinco primeiros anos de relacionamento com a cooperativa. Ou seja, a proximidade não representa somente uma conveniência, mas um promotor de acesso a um maior volume de crédito e a uma gama mais abrangente e adequada de produtos financeiros. 

Outro importante resultado obtido mostra que o relacionamento próximo e a promoção de atividades locais de educação financeira por parte das cooperativas são fatores relevantes à Cidadania Financeira. O estudo mostra que 33% dos associados mantêm recursos em poupança já no momento de associação, enquanto 13% aplicam recursos em depósitos a prazo. Após dez anos de relacionamento, esses índices passam, respectivamente, para 51,2% e 49,4%.

Assim, podemos associar o acesso de serviços financeiros à presença física? Os dados demonstram que sim. O canal físico tem um papel muito mais importante do que a simples oferta de serviços. Ao reforçar o vínculo das cooperativas com as comunidades, ele é peça fundamental na identificação das necessidades locais, na promoção da educação financeira e na assessoria pessoal dos associados, simplificando o relacionamento com o mundo financeiro.

Por isso, precisamos seguir com a digitalização, mas sem esquecer que as pessoas têm necessidades diversas e se relacionam de forma diferente. Somos uma instituição financeira feita de pessoas que coopera para o crescimento de outras pessoas, ao propor as soluções financeiras mais adequadas as suas necessidades. Seguiremos próximos, construindo relações de confiança mútua e contribuindo cada vez mais para a inclusão financeira de nossos associados. 

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