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A professora dos campeões: pedagoga formada pela UEPG forma o futuro dos atletas da base do Operário

Em tom firme e voz suave, Maria Kauana de Almeida prende a atenção de um grupo de adolescentes, enfileirados para escutar a explicação. O que parec...

05/08/2025 16h57
Por: Redação Fonte: UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
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Em tom firme e voz suave, Maria Kauana de Almeida prende a atenção de um grupo de adolescentes, enfileirados para escutar a explicação. O que parece uma cena corriqueira, comum em qualquer sala de aula, na verdade acontece dentro de um estádio de futebol, pois é no Germano Krüger, casa do Operário Ferroviário Esporte Clube (Ofec), onde Kauana trabalha como pedagoga de uma futura geração de atletas. Formada em Pedagogia pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), a professora tem sua trajetória pessoal e profissional marcada por dois amores: a educação e o futebol.

Atualmente, Kauana está à frente da coordenação pedagógica do Fantasma e seu trabalho consiste no acompanhamento constante dos atletas das categorias de base, menores de 18 anos, para garantir o bom andamento dos estudos enquanto treinam para se tornarem jogadores profissionais. A rotina da pedagoga é um verdadeiro campeonato, onde ela realiza diversas visitas às escolas dos jogadores para acompanhar as atividades e participar de reuniões com professores e diretores. A professora também brilha em casa – ou melhor, na sala de estudos do Ofec -, pois é lá onde desenvolve atividades de reforço, prepara seus alunos para as provas e estreita os laços com os jovens.

Kauana desenvolve o trabalho com a base do Ofec há cerca de um ano, quando foi convidada para assumir a coordenação pedagógica. “No começo eu me assustei, é uma experiência totalmente diferente do que já vivi em 12 anos em sala de aula. Mas é uma oportunidade única que eu abracei e permite aliar a valorização do ensino para o ambiente esportivo”. Além da rotina agitada, o trabalho da pedagoga se mostra bastante desafiador, pois o principal desafio para o acompanhamento do desenvolvimento dos atletas é a constantemente missão de reforçar a importância da educação para o futuro: “Eu falo para eles que a educação é essencial, dentro e fora de campo. Eu falo: ‘imaginem que vocês estão dando uma entrevista após um jogo, vocês precisam saber interpretar as perguntas, por exemplo'”, exemplifica, em tom descontraído.

Ambas as paixões de Kauana vêm de berço – sua mãe foi professora de educação inclusiva durante muitos anos, o que aproximou Kauana do ambiente escolar desde muito cedo. Foi a influência da mãe que a levou a cursar magistério no Ensino Médio e, posteriormente ingressar para o curso de Pedagogia da UEPG, onde se formou em 2019; antes de entrar em campo pelo Ofec. Kauana tem mais de uma década de experiência em sala de aula. Já o interesse pelo futebol e, sobretudo, pelo Operário, foi herdado de seu pai, com quem frequentava partidas desde a infância; atualmente a professora não perde uma partida do Fantasma.

Foto: Reprodução/UEPG
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“O meu trabalho é uma caixinha de surpresas. Têm dias que eu planejo algo, mas surge uma ligação de uma escola e eu preciso ir até lá e atender e se forem questões mais sérias, trabalhamos para resolver da melhor forma”. Os olhos de Kauana estão sempre atentos na postura dos estudantes: maus comportamentos na escola são punidos em campo e exigem uma postura firma da pedagoga. Apesar da rigidez que o trabalho com futuros atletas exige, também há espaço para acolhimento; a grande maioria dos atletas das bases Sub-17 e Sub-20 do OFEC vêm de outras cidades e deixam suas famílias na esperança de se tornarem jogadores, “então eu acabo me tornando a ‘mãezona’ deles, eu escuto eles e acolho seus sentimentos”, declara.

Com orgulho, a pedagoga consegue ver o impacto do trabalho que realiza na vida dos jovens e, com frequência, as famílias trazem histórias da mudança que seu trabalho proporcionou na vida dos jovens ao mostrar o poder transformador da educação e todas as possibilidades que o ensino oferece. “Já tive um aluno que foi dispensado porque sofreu uma lesão, mas com meu incentivo, ele seguiu estudando e passou no vestibular de uma universidade pública. Ele me agradeceu por tudo que eu e o Operário fizemos por ele em suas escolhas”, celebra.

Com tantas boas memórias que o time e o seu trabalho proporcionaram ao longo da vida, Kauana se sente grata em contribuir na formação de novos atletas que vestirão o manto alvinegro. “Quando estamos na torcida, não sabemos o que vem antes da partida, como é a preparação um dia, uma semana, um mês antes. Fico muito feliz em ver eles, ganhando ou perdendo, de onde vem a sua luta e trajetória”. A pedagoga declara ser a maior torcedora de seus alunos, dentro e fora de campo.

Texto e fotos: Gabriel Miguel

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