A Polícia Civil investiga um youtuber após a divulgação de vídeos considerados abusivos, que teriam exposto uma menina sem o consentimento de seus responsáveis. A jovem, hoje com 18 anos, afirma que teve sua identidade revelada quando ainda era criança, em conteúdos que circularam amplamente na internet e continuam impactando sua vida até hoje.
Segundo o boletim de ocorrência, os vídeos foram publicados durante uma live beneficente promovida pelo influenciador Felipe Neto. Neles, a criança teve seu nome de usuário, foto e mensagens privadas divulgadas publicamente. Ao tentar pedir a remoção do conteúdo, a jovem afirma ter sido manipulada a dar uma espécie de entrevista e, em seguida, ameaçada com a possibilidade de novos vídeos explorando seu sofrimento emocional.
Ela relata que o conteúdo também foi replicado em outras redes como Twitter, Facebook e Dailymotion, aumentando ainda mais a exposição. “Eu só queria ajudar numa causa nobre. Era só uma criança. Isso me marcou profundamente”, afirmou.
A investigação também analisa se houve monetização dos vídeos, o que pode configurar violação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), além de outros crimes como ameaça, calúnia e difamação.
Repercussão e medidas
O caso foi levado às plataformas digitais, com pedidos formais de remoção dos conteúdos e suspensão do canal envolvido por descumprimento das diretrizes e políticas de uso. A polícia também apura outras denúncias relacionadas ao mesmo criador de conteúdo, com base em registros anteriores e novas provas, como prints, vídeos e interações online.
Especialistas em direito digital e proteção da infância alertam que, caso confirmadas as acusações, o autor poderá ser responsabilizado legalmente.
O YouTube declarou, em nota, que não tolera a exposição de menores e que está analisando o caso com prioridade.
O criador dos vídeos investigados foi identificado no inquérito como Rogério Zerbien Cardoso Betin.