“Eu gosto muito de estar conectada com a natureza. Para mim, a vida plena é ali, em que a gente precisa de pouco. Como a gente tem coisas supérfluas no dia-a-dia e se preocupa com coisas desnecessárias…Assim, é a vida pura, nua e crua”. As expedições de aventura, como a Malacara Race na Chapada Diamantina, da qual Danilla participou em maio deste ano, são provas autossustentáveis, ou seja, os participantes precisam carregar sua própria água, alimentos, insumos e ferramentas ao longo do percurso. Não são permitidas ajudas externas. Ao longo dos seis dias da expedição no território baiano, Danilla e sua dupla, Débora, enfrentaram o calor intenso dos dias e o frio das noites e dormiram menos de 10 horas ao todo. “A gente é muito mais capaz do que acredita que é”, constata.
O esporte é um companheiro de longa data na vida de Danilla. A história dela começa em Itapira, interior de São Paulo, onde, aos seis anos, ela descobriu as quadras de basquete. O esporte começou como uma atividade extracurricular mas logo se tornou uma paixão, que tomou conta de sua infância e adolescência. “Vivia, respirava o basquete”, conta. Foram dez anos de treinos intensos, campeonatos e amadurecimento pessoal, até que, aos 16, a rotina de atleta deu lugar a novos rumos.
Na Universidade, Danilla escolheu o curso de Educação Física com foco inicial em rendimento esportivo, uma escolha que parecia natural para quem cresceu entre arremessos e treinos. No entanto, foi em um projeto de extensão voltado para idosos que ela encontrou a vocação profissional que leva até hoje: o trabalho com saúde e envelhecimento. Danilla passou a enxergar o exercício físico sob outra perspectiva, não mais como busca por performance, mas como ferramenta de qualidade de vida.
De atleta curiosa, ela se tornou competidora experiente e, mais do que isso, uma entusiasta da modalidade. Em projetos de extensão universitária, passou a incentivar novos atletas e a levar a corrida de aventura para mais pessoas. “Eu costumo falar para o pessoal que eu sou tão feliz fazendo corrida de aventura, e quando eu consigo levar o pessoal para as provas, ou a gente organiza alguma prova, e você vê as pessoas indo e se motivando para treinar, para começar, para fazer, para concluir, é uma satisfação muito grande”.
Diante das dificuldades do dia a dia, ela conta que, quase automaticamente, começa a comparar os problemas atuais com situações mais pesadas que já viveu. “Às vezes estou estressada, cansada, e me pego pensando: ‘Mas eu já enfrentei coisa bem pior. Já fiquei uma semana dormindo 10 horas no total, não é uma noite ruim que vai me derrubar agora’”, conta. Não é exatamente uma fórmula de motivação infalível, mas é o que costuma funcionar. “Tem hora que a gente se irrita com coisa pequena, mas logo vem esse pensamento: ‘Isso aqui nem é tão sério assim’. Eu acho que a gente é muito mais rapaz do que a gente imagina. Esses desafios te levam a extremos que que te provam isso”.
UEPG Extraordinária
Esta reportagem faz parte de uma série que conta o que servidores – professores e agentes universitários – fazem de notável ou excepcional em seu tempo livre – hobbies, esportes, atividades culturais, habilidades, voluntariados… Para sugerir pautas e histórias para a série “UEPG Extraordinária”, é só entrar em contato pelo e-mail ccom@uepg.br .
Texto: Aline Jasper | Fotos: Aline Jasper e Arquivo pessoal