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Campos Gerais UEPG

Da prática ao ensino: estudantes e professores da UEPG compartilham a paixão pela música

No palco, na plateia ou no fone de ouvido, a música está presente na vida de muitos estudantes e servidores da Universidade Estadual de Ponta Gross...

17/06/2025 14h01 Atualizada há 5 horas
Por: Redação Fonte: UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
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No palco, na plateia ou no fone de ouvido, a música está presente na vida de muitos estudantes e servidores da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Mas é no curso de Licenciatura em Música, ofertado no Campus Uvaranas, que essa paixão se transforma em profissão e ferramenta de educação.

Aluno do segundo ano do curso, Walter Nascimento de Aguiar conta que a música entrou em sua vida aos quatro anos de idade. Ele começou tocando flauta doce e hoje tem o trompete como principal instrumento. Ao longo dos anos, passou também pelo violão, teclado, guitarra e bateria. “A música é minha vida. Quando surgiu a oportunidade de fazer o Vestibular, não pensei duas vezes antes de me inscrever nesse curso”, afirma.

Durante a graduação, ele descobriu outra vocação: ensinar. Walter é um dos integrantes do projeto de extensão “Educanto: educação musical por meio do canto coral para crianças e jovens”, no qual estudantes têm a experiência de reger corais em atividades com alunos da rede pública. “A princípio, não queria dar aulas, mas acabei me apaixonando pela docência de uma maneira indescritível. É muito massa lidar com as crianças.”

Foto: Reprodução/UEPG
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Outros integrantes do projeto já ingressaram no curso com o objetivo de se tornarem professores. É o caso de Paola Pauluk Jardim, aluna do primeiro ano, que concluiu recentemente o curso técnico em formação de docentes. “Como eu fiz magistério, para mim não é tão difícil trabalhar com as crianças. Ainda fico um pouco perdida na parte musical, mas os colegas do curso me ajudam bastante”, relata.

O interesse de Paola pela música é antigo, mas o desejo de fazer disso a sua profissão surgiu em 2022, quando ela começou a ter aulas de piano no Conservatório Maestro Paulino. A vivência na graduação já ampliou sua perspectiva sobre a prática musical. “Antes eu só pensava no piano. Agora tenho vontade de tocar outros instrumentos, como saxofone e violino. Aprendi que ser músico é estar aberto para vários instrumentos e para vários estilos”.

O curso também acolhe estudantes que retomam os estudos após anos fora da sala de aula, como é o caso de Elisângela de Fátima Rosa Nunes de Lara, aluna do primeiro ano. “Trabalhei durante muito tempo com bordado eletrônico, e agora que as minhas filhas cresceram, decidi que era hora de focar na faculdade”, relata. Há quatro anos, ela passou a estudar teclado e começou a tocar violão no Conservatório, onde teve contato com ex-alunos do curso de Música da UEPG, o que motivou sua inscrição no vestibular.

“Tenho consciência da minha diferença de idade em relação aos outros estudantes, mas estou feliz por ter entrado e estar dando conta. Espero aprender bastante e ser uma boa profissional, essa é a minha preocupação agora”, afirma. A atuação em sala de aula através do projeto Educanto tem sido parte importante da sua formação. “A gente já mergulha na realidade de como é uma sala de aula, então é um aprendizado a cada dia.”

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Outro aluno do segundo ano, Lincoln Marcondes Cardoso já tinha experiência como docente na área da saúde antes de ingressar na Licenciatura em Música. Formado em Enfermagem, ele decidiu retornar à universidade para seguir um antigo interesse. “Desde os 11 anos eu já toco vários instrumentos. Sempre quis fazer o curso de Música, mas só consegui agora que estou mais estabilizado financeiramente”, conta.

Lincoln divide a rotina entre as aulas para cursos técnicos de enfermagem pela manhã e as aulas de Música na UEPG à tarde, além de fazer parte de uma banda na sua cidade natal, Castro. “A música sempre esteve presente na minha vida, mesmo eu trabalhando com outras coisas”, afirma. Lincoln planeja seguir carreira acadêmica na área musical. “Minha ideia é fazer mestrado e seguir na docência em música, sem deixar de lado a área da saúde. Já pensei em trabalhar com musicoterapia, o que permitiria juntar esses dois mundos”.

Uma longa trajetória na UEPG

Criado em 2003, o curso surgiu para atender à demanda por profissionais da área na região dos Campos Gerais. Na época, era chamado de Licenciatura em Artes com ênfase em Música. A proposta era integrar as quatro linguagens das artes (música, artes visuais, dança e teatro), com aprofundamento em uma área específica. Nos anos seguintes, a nomenclatura mudou para Licenciatura em Música e foi implantado um currículo com formação exclusivamente musical.

Entre os alunos da primeira turma estava Egon Eduardo Sebben, que hoje é professor no mesmo curso. Ele ingressou na graduação com 17 anos, logo após sair do ensino médio; concluiu o curso em 2006 e o mestrado em 2009, também pela UEPG; no ano seguinte já começou a lecionar na Universidade. “Foi uma sorte o curso ter iniciado naquele ano”, comenta, ao relembrar que, se tivesse demorado mais, talvez ele tivesse seguido outro caminho profissional.

O vínculo pessoal dos alunos com a música é uma marca do curso, como destaca Egon. “A maioria dos estudantes chegam com uma pré-formação musical, porque já têm um histórico de vivência em bandas, corais, igrejas ou escolas de música. Isso não acontece em outras áreas. Os alunos de Odontologia, por exemplo, não ficavam fazendo obturação de dente nos amigos quando eram criança”, brinca.

No caso de Egon, a inserção no ambiente musical ocorreu por influência da mãe, que era professora do Conservatório Maestro Paulino. Egon começou na musicalização aos sete anos, passou por instrumentos como violino e saxofone, até começar a se interessar pelo violão, que se tornou seu principal instrumento, tanto como músico quanto como docente. O ingresso na UEPG ampliou sua compreensão sobre a música e sobre o ensino: “A graduação deu um salto enorme na minha formação”, afirma.

Foto: Reprodução/UEPG
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A estrutura do curso conta com quatro laboratórios de música e diversos projetos de extensão. Além do Educanto, voltado à musicalização de crianças, o projeto Coro em Cores, voltado à comunidade adulta, é um exemplo de ação que articula ensino e vivência profissional. Também são desenvolvidas pesquisas em áreas como tecnologias aplicadas à música, formação coral e práticas educativas. Segundo Egon, esses elementos completam a formação profissional. “Os projetos ajudam o aluno a compreender seu papel como educador musical e também como pesquisador.”

Egon reconhece que muitas pessoas atuam como professores de música com base em experiência prática, mas ressalta o papel da licenciatura. “O curso permite articular o conhecimento técnico e teórico com a prática do ensino. Isso faz diferença na sala de aula. O licenciado tem outro nível de preparo para planejar, aplicar metodologias e avaliar o ensino musical.”

Formação voltada ao ensino

O professor Ronaldo da Silva destaca que o curso de Música da UEPG é voltado à formação de professores. “Enquanto o foco dos cursos de bacharelado é formar instrumentistas, a licenciatura trabalha com metodologias e abordagens didáticas voltadas ao ensino da música para crianças e adultos”, explica.

A obrigatoriedade do ensino de música na grade curricular das escolas ocorre desde agosto de 2008, com a sanção da Lei nº 11.769. O professor Ronaldo acredita que a mudança gerou avanços, mas também limites. “A lei não tornou obrigatória a disciplina de música, mas sim a música como linguagem dentro da disciplina de Artes, ao lado de artes visuais, teatro e dança”, explica. Mesmo assim, ele destaca que houve um crescimento na contratação de profissionais da área, especialmente na rede pública. “Antes, só escolas particulares tinham música na grade. Hoje, há uma procura maior por licenciados”.

A formação oferecida pela UEPG prepara professores para atuar na educação básica, mas também em conservatórios, ONGs, espaços culturais e iniciativas empreendedoras. “O campo de trabalho extrapola o ambiente escolar”, afirma Ronaldo. “Alguns trabalham com regência, gravação, arranjos e jingles. A licenciatura não tem esse foco, mas fornece base teórica e prática para isso também”.

O professor Ronaldo deixa um recado direto aos vestibulandos: “Se você gosta de música, gosta de tocar instrumentos e se vê como professor no futuro, eu recomendo fortemente o curso de Música da UEPG. Temos um corpo de professores capacitados e com experiências diversas. Para quem for um estudante dedicado, não vai faltar lugares para atuar. Venha conhecer o curso, aqui na Central de Salas do Campus Uvaranas, que eu vou ter o maior prazer de tirar as dúvidas de quem tiver interesse”.

Foto: Reprodução/UEPG
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Diversidade musical

A integração entre diferentes instrumentos e estilos musicais é uma marca do curso, como destaca Nickolas Quadros Jordão da Silva, aluno do primeiro ano, que já tem experiência como músico da Banda Lyra dos Campos, além de participação em orquestras e festivais. “Estou gostando bastante do curso, superou as minhas expectativas. Achei que era um outro mundo, mas está abrindo minha mente. A música não é só prática, é teoria e educação também”, afirma. Os alunos são incentivados a experimentar outros instrumentos nas disciplinas práticas, além de poder participar de projetos de extensão com diferentes repertórios. “A gente amplia a visão sobre instrumentos, gêneros musicais e história da arte.”

A coordenadora do curso, professora Regina Stori, destaca a diversidade musical dos estudantes. “Temos alunos que vêm da música gospel, do choro, do samba, do metal, do funk, da música erudita. O corpo docente não faz distinção a qualquer tipo de repertório.” Segundo ela, muitos alunos ingressam sem certeza sobre a docência, mas acabam se identificando com o trabalho. “Nem todo mundo entra com o objetivo de ser professor, mas acaba descobrindo esse interesse.”

Ela própria, descobriu a vocação pela docência quando já estava na graduação. “Eu não entendia muito bem o que era a licenciatura. Eu só queria estudar música”, relata. Regina iniciou seus estudos musicais por incentivo do pai, que valorizava o contato com a arte desde cedo, tanto que aos seis anos de idade ela já tinha contato com instrumentos musicais. Em 2004, ingressou no curso de Licenciatura em Música da Faculdade de Artes do Paraná (FAP) e encontrou no ensino sua principal área de atuação. “Hoje, eu sou muito feliz com a profissão que eu escolhi.”

Segundo Regina, o ensino da música na educação básica é uma prerrogativa legal dos licenciados e um direito dos estudantes. “Assim como as pessoas têm o direito de estudar a língua portuguesa, a matemática e outros conhecimentos que foram construídos na história da humanidade, a música é uma linguagem artística que deveria ser acessada por todos, indistintamente”, afirma. A professora considera que a música favorece inúmeros aspectos da vida humana. “Tem uma frase que diz que a ‘música faz bem para a cabeça’. Eu acredito nisso. A música favorece o raciocínio lógico matemático, a autoexpressão, a disciplina e inúmeras outras questões do desenvolvimento neurológico”, destaca.

Teste de habilidade

O ingresso no curso de Música da UEPG exige a realização do Teste de Habilidade Específica (THE). Aplicado todos os anos no dia seguinte ao Vestibular, o teste avalia leitura musical, percepção auditiva e prática instrumental ou vocal. A coordenadora do curso explica que o teste não exige domínio avançado. “A pessoa precisa ter o mínimo de conhecimento: saber ler uma partitura simples, reconhecer notas, tocar ou cantar uma peça musical. Mas não precisa ser expert. O objetivo é garantir que ela consiga acompanhar o curso desde o início”, explica.

Texto e Fotos: João Pizani.

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