A Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES) promoveu, no encerramento do seu 33º Congresso, a entrega do Prêmio Enaldo Cravo Peixoto para trabalhos técnicos apresentados durante o evento, realizado em Brasília nesta semana. Empregados da Sanepar, autores e coautores, foram premiados em quatro categorias: Recursos Hídricos; Energia, Eficiência Energética e Controle de Perdas; Meio Ambiente e Saúde Pública.
Para o diretor-presidente da Sanepar, Wilson Bley, reconhecimento da ABES reforça o compromisso com a inovação e a excelência em saneamento. “A Sanepar recebe com orgulho estes quatro prêmios. Somos referência no Brasil pelos serviços prestados e isso se deve, essencialmente, pela alta capacidade técnica de nossos empregados", disse Bley.
"O saneamento tem muitos desafios e nossas equipes não param de inovar para ampliar o atendimento, melhorar a eficiência dos processos e promover desenvolvimento sustentável, não só econômico, mas, também social e ambiental”, enfatizou. “A pesquisa aplicada é fundamental para anteciparmos tendências e aprimorarmos continuamente nossos processos, garantindo soluções sustentáveis e de qualidade para a população.”
A definição dos trabalhos premiados se deu entre os que obtiveram média superior a 9,5 no processo seletivo para a apresentação no Congresso.
Na categoria Recursos Hídricos, foi premiado o trabalho técnico “Manejo Mecânico e Destinação da Biomassa de Salvinia spp. em Wetlands Artificiais do Projeto Reservas Hídricas do Futuro”, desenvolvido na Região Metropolitana de Curitiba.
O projeto, que tem como um dos autores Raul Alberto Marcon, coordenador de Gestão de Recursos Hídricos na Sanepar, apresenta uma abordagem prática e sustentável visando a utilização de cavas desativadas de mineração como áreas estratégicas de melhoria de qualidade de água e armazenamento em períodos de estiagem.
Dividem a autoria do trabalho Gabriel Troyan Rodriues, Philipe Ratton, Sandra Martins Ramos e Leila Teresinha Maranho. Todos atuam no Instituto de Tecnológico de Transporte e Infraestrutura (ITTI/UFPR) e na Universidade Livre do Meio Ambiente (Unilivre).
Marcelo Dalcul Depexe, engenheiro na Gerência de Processo Água da Sanepar, foi o melhor colocado na categoria Energia, Eficiência Energética e Controle de Perdas, com o trabalho intitulado “Razões para não utilizar indicadores de perdas de água expressos em percentual”.
Em síntese, o trabalho apresenta uma análise crítica do indicador de perdas expresso em percentual e discute aspectos relativos à sua formulação, evidenciando os problemas de utilizá-lo para a gestão, tomada de decisão, comparações e definições de metas.
Como alternativa, é proposto o uso de indicadores absolutos, como Índice Bruto de Perdas Lineares (m³/km/dia) e o Índice de Perdas por Ligação (litros/ligação/dia), além da separação entre perdas reais e aparentes para uma análise mais acurada.
Outro trabalho premiado foi “Proposta de metodologia para mensuração econômica dos benefícios ambientais da melhoria de pequenos sistemas de esgoto”, de coautoria de Murilo Duma, da Gerência de Pesquisa e Inovação da Sanepar. O estudo apresenta um modelo estruturado de valoração ambiental que busca auxiliar a tomada de decisões em investimentos em saneamento, com foco em sistemas de menor escala.
Na categoria Meio Ambiente, Murilo divide a autoria com Eduardo Borges Lied e Jéssica Froes de Brito Wendt, ambos da Itaipu Parquetec, e Daniel Bartiko, da Itaipu. O trabalho foi realizado no âmbito de um convênio entre as entidades dos autores que prevê investimentos de mais de R$ 184 milhões nos municípios de Itaipulândia, Missal, Medianeira, Serranópolis do Iguaçu, Ramilândia e Santa Helena.
Completando a lista, na categoria Saúde Pública, Gustavo Rafael Collere Possetti, especialista da Diretoria de Inovação e Novos Negócios da Sanepar, foi reconhecido pelo estudo intitulado “Monitoramento temporal e espacial de fármacos no esgoto de Curitiba: insights para a saúde pública e planejamento urbano”, que propõe uma abordagem inovadora para acompanhar indiretamente os padrões de saúde da população.
A pesquisa evidenciou como a epidemiologia baseada no esgoto pode apoiar de forma estratégica ações públicas nas áreas de saúde e saneamento. O trabalho foi elaborado em parceria com os pesquisadores Demian Barcelos, Marines Maria Wilhelm, Mario Prokopiuk, todos da Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Paraná, além de Roberto Pontarolo, da Universidade Federal do Paraná (UFPR).