O céu acima da Capela Sistina foi cortado no fim da tarde por uma espessa fumaça preta, sinal inequívoco de que os cardeais reunidos em conclave não chegaram a um consenso sobre o novo líder da Igreja Católica. A cor da fumaça, carregada de simbolismo, indica que nenhum dos nomes sugeridos recebeu os votos suficientes para ser escolhido como o próximo papa.
Este é o primeiro dia do conclave que sucede o pontificado de Francisco, encerrado oficialmente após sua morte no mês passado. A votação, restrita aos cardeais com menos de 80 anos, requer uma maioria qualificada de dois terços — neste caso, 89 votos entre os 133 eleitores presentes.
A fumaça preta — resultado da queima das cédulas de votação misturadas a substâncias químicas — é uma tradição cuidadosamente mantida e observada pelo mundo inteiro. Ela simboliza a continuidade do processo e a seriedade com que o colégio cardinalício trata a escolha do novo pontífice. O método foi ajustado ao longo dos anos para garantir clareza na distinção entre a fumaça escura (sem decisão) e a branca (decisão tomada).
Durante o primeiro dia, como manda o rito, ocorre apenas uma rodada de votação. A partir de amanhã, os cardeais passarão a votar em dois períodos: manhã e tarde, com duas votações por turno, totalizando até quatro rodadas diárias. Esse ritmo se mantém até que surja um nome que una os votos necessários para a escolha final.