Lula visita Ortigueira, no Paraná, em meio a baixa popularidade no estado

ORTIGUEIRA (PR) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) visitará o município de Ortigueira, no interior do Paraná, no dia 30 de abril de 2025, para oficializar o assentamento de mais de 400 famílias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). A visita ocorre em um momento de forte desaprovação popular no estado, com índices que preocupam o Palácio do Planalto.

Aprovação de Lula no Paraná é a mais baixa do Sul do país

Segundo levantamento do Instituto Paraná Pesquisas divulgado em fevereiro, 69% dos paranaenses desaprovam a gestão de Lula, enquanto 52,4% classificam o governo como "péssimo". Apenas 5,3% consideram a administração federal como “ótima”, e 14,3% como “boa”. O Paraná figura hoje entre os estados onde Lula enfrenta maior rejeição popular, especialmente entre o eleitorado do interior.

Assentamento do MST é foco da visita

A principal agenda do presidente na região será a entrega oficial do Assentamento Maila Sabrina, uma área destinada à reforma agrária que beneficiará mais de 400 famílias ligadas ao MST. O evento deve contar com a presença de ministros, parlamentares e lideranças do movimento social.

A iniciativa visa demonstrar o compromisso do governo federal com a reforma agrária, tema caro à trajetória política de Lula e ao seu eleitorado tradicional.

Estratégia de aproximação no Sul

A visita a Ortigueira é interpretada como parte de uma estratégia política para recuperar espaço no Sul do Brasil, onde Lula historicamente enfrenta maior resistência. O estado do Paraná, em especial, mostrou forte apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro nas últimas eleições, e essa tendência ainda persiste nas pesquisas.

Repercussão política

Especialistas avaliam que, apesar da baixa popularidade, a visita de Lula ao Paraná pode ter um efeito simbólico, reforçando sua disposição de enfrentar ambientes adversos e retomar o diálogo com regiões menos alinhadas ao governo. No entanto, a agenda em Ortigueira também pode servir como termômetro para testar a receptividade de ações sociais e agrícolas em áreas conservadoras.