Nos últimos anos, a saúde do Papa Francisco tem sido motivo de preocupação. Há pouco mais de um mês, ele sofreu uma queda em sua residência, batendo o queixo ao colidir com a cabeceira da cama. Essas quedas são reflexo das dores crônicas no joelho, que afetam sua mobilidade e já o fizeram usar cadeira de rodas em diversas ocasiões.
Além dos problemas no joelho, o pontífice enfrenta complicações abdominais decorrentes de uma diverticulite, doença que levou à necessidade de uma cirurgia intestinal extensa em 2021. Nessa ocasião, Francisco passou por uma colectomia, procedimento no qual parte de seu cólon foi removida. Em junho de 2023, ele voltou a ser submetido a uma operação no intestino, ficando internado por nove dias.
Outro fator que compromete sua saúde é o histórico pulmonar. Quando jovem, ainda na Argentina, ele teve uma infecção grave que levou à remoção de parte de um dos pulmões, o que impacta sua capacidade respiratória.
Essas limitações já o levaram a cancelar compromissos importantes. Em 2022, precisou adiar sua viagem ao Líbano por recomendação médica. No ano seguinte, anulou sua participação na COP28, nos Emirados Árabes Unidos, devido ao agravamento de uma infecção respiratória. Além disso, frequentemente enfrenta episódios de fadiga, exigindo adaptações em sua agenda para preservar sua saúde.
Apesar dos desafios, Francisco segue cumprindo seus deveres como líder da Igreja Católica, mantendo sua rotina de audiências e celebrações sempre que possível. No entanto, ele próprio já refletiu sobre os impactos da idade e da saúde debilitada. Em diversas ocasiões, mencionou a possibilidade de renunciar, seguindo o exemplo de seu antecessor, Bento XVI. "O cansaço não me faz desistir, mas me faz ver que preciso me cuidar", declarou em 2023.
Sobre a possibilidade de deixar o papado, Francisco afirmou: "O governo da Igreja é com as mãos, não com os joelhos", em referência às dificuldades que enfrenta para se locomover. No entanto, ele também deixou claro que a renúncia não é uma decisão simples: "Não é uma moda nem algo que deva ser feito sem discernimento".
Já sobre a morte, o pontífice encara o tema com serenidade. "E, depois, vou para 'a Casa do Pai!'", disse em uma coletiva durante seu retorno da Coreia do Sul à Roma em 2014. Em outra ocasião, ao ser questionado sobre como gostaria de ser lembrado, respondeu: "Como um homem que tentou fazer o bem".
Enquanto lida com as fragilidades da idade e da saúde, Francisco mantém seu compromisso com a missão, demonstrando resiliência e fé diante dos desafios.