Dalton Trevisan, um dos maiores cronistas da literatura brasileira, faleceu nesta segunda-feira (9), em sua residência em Curitiba. A causa da morte não foi divulgada. Aos 99 anos, o escritor deixa um legado inestimável, com obras que capturaram as nuances e os conflitos do cotidiano brasileiro.
Entre 1946 e 1948, Trevisan foi o editor da revista Joaquim, uma publicação de vanguarda que prestava tributo às figuras anônimas do Brasil profundo. A revista também abriu espaço para estreias literárias marcantes, publicando pela primeira vez poemas e contos de grandes autores como Mário de Andrade e Carlos Drummond de Andrade.
Trevisan eternizou seu nome na literatura com O Vampiro de Curitiba, obra que se tornou um marco na escrita de contos no Brasil. Outros livros notáveis incluem Cemitério de Elefantes (1954), que explora histórias repletas de lirismo e melancolia, e Mistérios de Curitiba (1968), uma viagem pelos becos e personagens de sua cidade natal. Entre as décadas seguintes, A Polaquinha (1985) destacou-se por sua ousadia narrativa. Nos anos 2010, o escritor manteve seu estilo único e minimalista com A Mão na Nuca e Beijo na Nuca, lançados em 2014, reafirmando sua relevância literária até o fim da vida.
Dalton Trevisan será lembrado como um mestre do conto e um cronista da alma brasileira, cuja obra continua a inspirar leitores e escritores de todas as gerações.