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Paraná Artes

Agrupa Cultura inicia gravações do novo filme Canção do Cisne

Inspirada na obra “Macbeth” de Shakespeare, a cineasta Marina Barancelli cria nova perspectiva para a personagem Lady Macbeth, abordando a diversidade racial e a postura feminina no curta-metragem lançado pela AGR Entretenimento - Agrupa Cultura, com lançamento previsto para 2025.

05/12/2024 16h43
Por: Redação Fonte: Das assessorias
Divulgação
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O novo curta-metragem “Canção do Cisne”, um lançamento da AGR - Agrupa Cultura, escrito e dirigido pela curitibana Marina Barancelli, inicia as gravações no dia 16 de dezembro de 2024. Inspirado na obra “A tragédia de Macbeth” de William Shakespeare, com cenas rodadas na sede da Agrupa Cultura, localizada no centro histórico de Curitiba, traz uma narrativa que aborda a diversidade racial e pautas femininas de forma cuidadosa e sensível ao entregar uma versão repaginada de Lady MacBeth. 

Em “Canção do Cisne”, projeto desenvolvido pelas sócias da Agrupa Cultura, Marina Barancelli e Luiza Gutjahr, é destacado o protagonismo de uma mulher preta através da adaptação de uma personagem existente na cultura popular por mais de 400 anos. A história é ambientada em Curitiba no início dos anos 40, com o contexto político da Era Vargas, relacionando o autoritarismo da época à obra Shakespeariana e apresentando Lady Macbeth, como força motora para explorar as complexidades de uma mulher preta no poder. “Nesta versão a personagem está em um contexto brasileiro e, sob uma nova ótica racial, Lady Macbeth é uma mulher preta casada com um homem branco em uma sociedade conservadora, interagindo com pessoas que somente a aceitam, pois seu marido a impôs”, revela a diretora.

O desejo de Marina, com este novo trabalho, é questionar, por meio de um clássico, a simplicidade que muitas personagens femininas, principalmente pretas, recebem no cinema. “O tema central da peça é a ambição e a corrupção, e quando se coloca a figura feminina na discussão, abrimos um grande questionamento. Exemplo disso é que Macbeth é visto como um personagem grandioso, corrompido pelo poder, enquanto sua esposa é frequentemente a cruel catalisadora do assassinato”, desmistifica.

A frequência em que as atrizes pretas são negadas protagonistas no cinema é enorme, elas são geralmente retratadas em filmes com estereótipos relacionados ao preconceito racial. Por muitas vezes recebem personagens coadjuvantes que perpetuam visões racistas e são raramente escolhidas para um papel principal. “Formada em atuação, eu fui, apesar de anos de estudo, privada de fazer personagens pela minha cor de pele”, revela Marina, que além de dirigir e escrever o roteiro de “Canção do Cisne”, também está no elenco como Lady Macbeth. No curta a personagem traz o contexto de uma mulher preta em uma trama política, e esse fator adicionado à temática da ambição, cria camadas que, quando colocadas no ambiente brasileiro, formam um cenário multifacetado. 

Nesta adaptação, tudo está conectado, desde a inserção de elementos teatrais somados ao audiovisual, quanto na montagem da equipe, formada majoritariamente por mulheres, desta forma a obra cinematográfica ganha vida com uma dimensão completamente nova. 

 

PROJETO APROVADO PELA SECRETARIA DE ESTADO DA CULTURA. GOVERNO DO PARANÁ, COM RECURSOS DA LEI PAULO GUSTAVO, MINISTÉRIO DA CULTURA, GOVERNO FEDERAL. 

 

Sobre a obra original 

A peça original retrata a ascensão à coroa do general Macbeth que, consumido pela ambição, assassina o rei e protagoniza um enredo trágico no cenário escocês medieval. Lady Macbeth, sua esposa, foi vista por muitos anos como a motivação do crime de seu marido, sendo considerada uma das personagens mais crueis de Shakespeare.

 

Sinopse 

Baseado na “Tragédia de Macbeth” de William Shakespeare, Lady MacBeth ganha uma nova perspectiva. Ambientada na Curitiba dos anos 1940, a trama acompanha a esposa do prefeito, lidando com os fantasmas literais e figurativos das escolhas que a levaram ao poder. Durante um luxuoso banquete, Macbeth, seu marido, é atormentado por sua última vítima, expondo as tensões de uma relação construída sobre ambição, traição e culpa.

Entre flashbacks que revelam o passado sombrio do casal e o presente repleto de máscaras sociais, o curta explora os desafios e as pressões enfrentadas por uma mulher em um contexto racista e patriarcal, questionando a desproporcionalidade das culpas e as complexidades da ambição feminina.

 

Ficha Técnica:

Direção e Roteiro:  Marina Barancelli

Fotografia: Ana Torres

Direção de Arte: Giovanna Heroso

Elenco: Marina Barancelli | Kauê Persona | Luiza Gutjahr | William Barbier

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