Ratinho firma compromisso com empresas de Castro para investir em rodovias de tráfego pesado no interior

Ratinho Júnior para a realização do Plano Rodoviário Estruturante do município, durante a visita do chefe do executivo estadual ao Agroleite, acompanhado do secretário de Infraestrutura e Logística Sandro Alex, nesta quinta-feira (08), em Castro (PR).

No encontro com os empresários, Ratinho assinalou que o Governo tem intenção de investir na execução de obras em rodovias que terão projetos realizados pelas empresas, a exemplo do que já acontece com a construção do Contorno Norte, obra que liga a PR-151 ao Distrito Industrial 2, em Castro.

O pool de empresas vem fazendo reuniões para identificar os gargalos logísticos do município há mais de um ano. Os representantes do grupo definiram como prioridades a construção de um novo Contorno Sul, para afastar o trânsito pesado que hoje passa pela área urbana, e a readequação de estradas como a da Capão Alto e a do Socavão, para que tenham condições de receber tráfego de caminhões de nove eixos.

A proposta leva em conta a crescente demanda do transporte rodoviário por caminhões pesados, que já têm alta participação na movimentação de cargas no país. Isso inclui o trecho já asfaltado da estrada do Socavão, que não foi executado para receber caminhões de nove eixos e hoje representa um obstáculo ao escoamento da produção agrícola e industrial do interior.

"Castro não pode se isolar do país. Atualmente, nosso município não poder receber e nem expedir cargas em caminhões que são usados em todo o Brasil, isso restringe o desenvolvimento do município", destacou Paulo Bertolini, diretor do Grupo Calpar e presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), durante o encontro com o governador.

Ratinho assegurou que, no que depender do Estado, a parceria público-privada vai acontecer. "Nós estamos com um bom recurso para fazer investimento em infraestrutura. Tendo o projeto, a gente manda bala. Nós vamos colocar [os recursos] e estamos à disposição", garantiu o governador.

Plano é feito com a participação da sociedade

Willem Bouwman, presidente da Cooperativa Castrolanda, destacou que o Plano Rodoviário Estruturante de Castro foi feito com a participação das comunidades locais. "Nós [empresários], juntamente com a sociedade castrense, preocupados com o desenvolvimento do município, temos esse imenso entrave que é a questão logística, da dificuldade que temos de atravessar o centro de Castro e chegar nos interiores. As empresas privadas querem ajudar e apoiar o Município, o Estado, para que levemos o desenvolvimento e para alavancar esse processo da chegada das rodovias no interior", afirmou.

Tsutomu Massuda, diretor-presidente da Cooperativa Unicastro, reiterou que "os agropecuaristas precisam melhorar a eficiência logística para receber e enviar suas cargas, e uma das formas é através de rodovias estruturantes que possibilitem o tráfego de caminhões de nove eixos".

Obras vão beneficiar trânsito de carros e fortalecer economia do Vale do Ribeira

Os empresários frisaram ainda que os motoristas de carros também serão beneficiados com as obras. "As rodovias projetadas aqui preveem a retificação de traçados originais, feitos há mais de   150 anos, que eram usados por carroças, para que fiquem mais seguros, com curvas mais leves, subidas menos acentuadas e terceiras faixas", sublinhou Koob Petter, agropecuarista e membro do Fórum Municipal de Desenvolvimento.

Na opinião de Eduardo Medeiros, presidente do Sindicato Rural de Castro, as obras propostas pela iniciativa privada são importantes ainda para o desenvolvimento social e econômico das localidades do Vale do Ribeira. "Quase 30% do nosso município está no Vale do Ribeira, que tem um dos Índices de Desenvolvimento Humano mais baixos do Paraná. Ao mesmo tempo, a região tem um enorme potencial para a exploração mineral e florestal, que pode alavancar o desenvolvimento da região, mas que depende de estradas adequadas para isso".

O novo Contorno Norte de Castro liga a PR-151 à PR-090, retirando o tráfego de veículos pesados do perímetro urbano e facilitando o acesso às grandes indústrias locais. Executado pela Secretaria de Infraestrutura e Logística do Estado, a obra é também fruto de uma parceria público-privada que contou com a colaboração de empresas da cidade.

"Todos esses projetos foram patrocinados pela iniciativa privada e foram tão bem feitos que o edital previa um teto de R$ 132 milhões em investimentos, mas a obra acabou sendo licitada por R$ 82 milhões. Uma economia de quase R$ 50 milhões para o Estado do Paraná. Isso porque os projetos já tinham antecipado etapas importantes, como as liberações ambientais, audiências públicas com as comunidades afetadas, uma prévia negociação das indenizações, a definição de trajeto e até a sondagem do solo", pontua Marcos Bertolini, diretor do Grupo Calpar.

Com extensão de quase 16 quilômetros, a pista foi denominada PR-429, própria para o tráfego de caminhões de nove eixos, tem terceiras faixas, além de uma nova ponte sobre o Rio Iapó, com 320 metros, e um novo viaduto.

"Para que indústrias grandes se instalassem aqui, esse Contorno era essencial. Veja quantos empregos as fábricas geram, quanto de impostos deixam para a cidade e como elas alavancam a economia local. São obras assim que geram desenvolvimento", diz Ricardo Cardoso Filho, presidente da Associação Comercial e Empresarial de Castro (Acecastro).

Para as transportadoras, essa ligação representa segurança, conforto e agilidade. "Os caminhões estão cada vez maiores porque são mais eficientes e as estradas precisam ser construídas e readequadas para esse tipo de tráfego", reforça Sandro Hey, proprietário da Log Brasil.