Após o declínio da geração de empregos nos últimos anos, houve um crescimento acelerado nos últimos meses em alguns estados do país, principalmente, nas regiões Sudeste e Sul do Brasil. O Paraná, por exemplo, gerou 69,6 mil novos empregos nos primeiros trimestres de 2024. Os dados são do Cadastro Geral dos Empregados e Desempregados (Caged), base de dados do Ministério de Trabalho e Emprego (MTE) que registra todas as contratações e demissões de trabalhadores com carteira assinada no Brasil.
De janeiro a março deste ano, foram 178.476 contratações e 160.618 demissões no estado. O saldo (contratações menos demissões) mostra que o número de empregos formais criados no período aumentou 55% em relação aos primeiros três meses do ano passado. Entre os estados da região Sul, o Paraná também criou mais postos de trabalho do que Santa Catarina (66.618) e Rio Grande do Sul (56.206). No primeiro trimestre de 2024, conforme o Caged, o Paraná só gerou menos emprego que São Paulo (213.503) e Minas Gerais (88.359) - estados mais populosos. Em todo o Brasil, o saldo chegou a 719.033 novas vagas no período.
Segundo o professor do Curso de Economia da Universidade Anhanguera, Élcio Cordeiro da Silva, os números do Caged são muito importantes para o desenvolvimento de atividades voltadas à empregabilidade, quanto para analisar a expectativa da economia local. Além disso, o especialista destaca a importância do nível de escolaridade para conseguir um melhor cargo dentro de empresas dos diversos segmentos.
“A atividade que gera o rendimento é o motor da economia, já que o dinheiro nas mãos dos trabalhadores e dos cidadãos é o que impulsiona o funcionamento dela. Eles vão gastar, realizar compras nos supermercados e lojas, frequentar shoppings, cinemas... Portanto, o fluxo financeiro para os indivíduos já contribui para a prosperidade da comunidade e cria novas oportunidades de trabalho. Além disso, ao observar os dados entendemos o quanto o grau de instrução é essencial, visto que, 66% por cargos ocupados foram destinados a pessoas que tem, no mínimo o ensino médio completo. Porém, os melhores salários ficam com os profissionais que possuem um nível de instrução maior”, completa.
Mercado em alta
O setor que mais contratou no Paraná foi o de serviços, tendo como destaque as atividades administrativas e serviços complementares. No comparativo com o ano passado, a maior alta foi registrada no comércio, que contratou cinco vezes mais nos primeiros meses de 2024. Em contrapartida, o único setor que reduziu a geração de empregos foi a agropecuária, segundo os dados do Caged.
Novos trabalhadores
Os dados do Ministério do Trabalho mostram que, dos 69.618 novos postos de trabalho gerados no Paraná, 52,8% foram ocupados por homens e 47,2% por mulheres. A maior parte foi destinada a jovens: a faixa etária de 18 a 24 anos totalizou 28.913 novas contratações, o que representa 2 a cada 5 trabalhadores. Pessoas de 30 a 39 anos representam 16,4% dos contratados e jovens de até 17 anos 15,5%.
Em relação à escolaridade, a maior parte das novas vagas foi destinada a quem possui até o Ensino Médio completo. 66% dos trabalhadores contratados têm esse grau de instrução. Os grupos de contratados que têm Ensino fundamental completo e ensino médio incompleto representaram, cada um, 8,7% do total de admitidos para novas vagas. Trabalhadores com ensino superior completo somam 7,7% dos postos de trabalho ocupados neste período.