A área da construção civil tem mais uma contribuição científica. Professores do Departamento de Engenharia Civil da Universidade Estadual de Ponta Grossa, Elias Pereira e Eduardo Pereira, desenvolveram um concreto com cinzas de madeira. O material final pode ser utilizado para fabricação de concreto não estrutural, como calçadas e blocos, e rendeu uma parceria com as empresas Cargill e Hipermix.
O objetivo do trabalho é dar uma destinação mais nobre aos resíduos industriais. As pesquisas iniciaram em 2022 nos laboratórios da UEPG, onde os professores realizaram caracterizações químicas e físicas do material enviado pela Cargill. Com os resultados, a empresa procurou a Hipermix para a comercialização do concreto. “Ao transformar esse resíduo em algo nobre e inserir ele no concreto, foi possível ter um material com viés sustentável e diminuir a agressão ao meio ambiente”, destaca o professor Elias Pereira.

Características
O cimento é conhecido por ser um dos materiais mais poluentes ao meio ambiente, pelo próprio processo de fabricação. “Quando você tira essa carga de cimento e coloca um material que seria um rejeito, existe um viés de sustentabilidade e de diminuição de emissão de gás carbônico, dentro de todas as premissas”, enfatiza Elias.
O professor Eduardo Pereira ressalta que o concreto produzido a partir das cinzas segue todas as normativas do cimento comercial, com adições seguindo o estabelecido. As análises mostraram que cinzas funcionam bem em associação ao cimento, “inclusive melhorando a característica do produto final, adicionando em torno de 10% da composição”, adiciona.
O professor ainda destaca que o concreto fabricado a partir do cimento com cinzas não é feito para construções estruturais, como pilares, colunas e lajes. “Ele é um material que pode ser usado para construção de calçadas, blocos e algumas obras acessórias, que são aquelas que não estão dentro do escopo da normativa de concreto”.
Trabalho em pesquisa
O trabalho não é recente ou pontual. Juntamente com outros professores da área de engenharia civil e engenharia de materiais, a dupla trabalha há mais de uma década com pesquisas sobre cimento, adições e durabilidade dos materiais. “Nós trabalhamos com outros tipos de formulações que não somente a da cinza. O projeto, nesse momento, foi inserido dentro da nossa temática de estudos, pois identificamos as características da cinza pela literatura e pelo que está sendo produzido no meio técnico”, informa Eduardo.
As formulações desses materiais passaram a ganhar um aspecto de sustentabilidade, pois os pesquisadores trabalham com um ponto de melhoria dentro da área da construção civil, como salienta o docente. “O que nós fazemos é inserir uma tecnologia, com foco em melhorar a aspectos ambientais, a qualidade de produtos e contribuir com a sociedade. Porque nós temos recursos finitos, esses recursos irão acabar ou ficarão inviáveis de serem utilizados num futuro, então buscar alternativas, dentro desse processo, melhora a qualidade dos produtos e, ao mesmo tempo, tem um impacto significativo na sociedade”, finaliza.
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