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Com a regulamentação da Anvisa, o Brasil está cada vez mais perto de lançar produtos a partir de cultivo celular e fermentação

Empresa alemã de válvulas, com unidade no Paraná, quer estimular a inovação ao dar apoio a empresas que pesquisam a carne cultivada

20/03/2024 14h08
Por: Redação Fonte: Das assessorias
Reprodução/Banco de Imagens
Reprodução/Banco de Imagens

A Anvisa publicou no dia 18 de dezembro de 2023 a Resolução RDC Nº 839, que regulamenta o registro de alimentos e ingredientes inovadores, incluindo os oriundos de cultivo celular e fermentação. Esse marco regulatório, que entrou em vigor no dia 16 de março de 2024, coloca o Brasil em uma posição de destaque internacional, abrindo caminhos para atrair investimentos em inovações alimentares sustentáveis, e deixa o país cada vez mais próximo de lançar produtos feitos a partir dessas duas tecnologias.

Segundo Michelle Branco, engenheira de vendas da GEMÜ, indústria alemã de válvulas, com unidade em São José dos Pinhais, no Paraná, a liberação da Anvisa é uma das novidades em relação à New Meat ou carne cultivada, que é um tipo de carne produzida a partir de células animais em um ambiente controlado, como um laboratório. Em vez de criar e abater animais, os cientistas podem cultivar células musculares ou de gordura, geralmente retiradas de um animal vivo por meio de uma biópsia, e fazê-las se multiplicarem em um ambiente de cultura.

“As pesquisas estão avançando e já são muitas as startups envolvidas no estudo e desenvolvimento desses produtos. A GEMÜ tem portfólio para atender essas empresas e por isso estamos nos aproximando desse mercado”, diz engenheira.

Um dos produtos da GEMÜ que podem ajudar as empresas na produção de carne cultivada são as válvulas diafragmas assépticas. Segundo Hans Paul Mösl, gerente geral de vendas da área farmacêutica, alimentícia e de biotecnologia da empresa no Brasil, assim como a área farmacêutica, a produção de carne cultivada é uma tecnologia de cultivo, de fermentação, que precisa ser asséptico e seguir normas para não ter contaminação.

“Observamos esse segmento com um grande futuro e queremos estar dentro do trade desde o início para ajudar as empresas seja na parte de engenharia ou com os fabricantes de reatores, para continuarmos sendo uma referência como já somos na área farmacêutica”, diz Mösl.

De acordo com o gerente, a empresa sempre foi conhecida por produtos e por processos inovadores e quer estar pronta também para atender as empresas que vão produzir New Meat.

A carne cultivada já é uma realidade em algumas partes do mundo, mas ainda é considerada quase história de ficção científica. Mesmo assim, a engenheira de vendas da GEMÜ tem participado de muitos eventos que debatem o tema. Segundo ela, o Brasil tem potencial tecnológico e científico para se tornar referência nesse mercado e que é só uma questão de tempo, uma vez que a tecnologia já é conhecida na área médica, com base  no trabalho com tecidos para implantes, por exemplo, mas ainda muito nova para o mercado de alimentos, com o principal desafio de tornar o produto comercialmente acessível

“Temos  expertise e know-how com a solução para garantir a segurança biológica para o processo e estamos dispostos a desenvolver soluções customizadas para cada nova necessidade. É muito cedo para falarmos em previsão de comercialização e consumo, mas em termos de pesquisa cada vez mais vamos ouvir falar de carne cultivada”, afirma Branco.

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