A Inteligência Artificial (IA) está presente na rotina produtiva de 74% das micro, pequenas e médias empresas brasileiras, de acordo com estudo realizado pela Edelman Comunicação a pedido da Microsoft, e que ouviu gestores de diferentes segmentos. No mercado jurídico, a adoção de ferramentas digitais que utilizam esta tecnologia é crescente, a ponto de colocar o Brasil na liderança de desenvolvimento de soluções com uso da IA generativa, segundo informações da Associação Brasileira de Lawtechs e Legaltechs (AB2L).
“A Inteligência Artificial vem transformando a prática jurídica e tem se tornado uma grande aliada dos advogados, principalmente quando integrada a sistemas de Legal Analytics”, destaca Vanessa Louzada, CEO da Deep Legal, lawtech pioneira no uso desta tecnologia. Ela explica que no contexto jurídico, a IA generativa pode ser usada nas mais variadas situações, desde tarefas simples como a redação de contratos e procurações, até as mais complexas, como as que envolvem a coleta e extração de dados e a identificação de padrões e anomalias dentro dos processos judiciais.
“O processamento desses dados pela IA otimiza o dia a dia do jurídico, tornando a atuação dos advogados mais assertiva e baseada em dados reais”, ressalta Vanessa Louzada. “Uma tarefa que poderia levar dias para ser concluída, acaba sendo realizada em poucas horas e com uma precisão muito maior, fornecendo subsídios concretos para a tomada de decisão”, complementa.
Além da aplicação no Analytics, a lawtech foi uma das primeiras do Brasil a incorporar a API (Interface de Programação de Aplicações) do ChatGPT à ferramenta captura de iniciais. Com isso, além de notificar as partes sobre a distribuição de novos processos (antes mesmo da citação), o programa também faz a emissão de relatórios das petições iniciais, com as informações mais relevantes do processo.
A Inteligência Artificial generativa foi integrada ainda à plataforma de busca textual e semântica da startup, na qual é possível fazer pesquisas sobre qualquer tema a partir de palavras-chaves dentro do banco de dados do Judiciário. Assim, o advogado pode fazer perguntas à carteira de processos, refinando a sua pesquisa. “A ideia é usarmos a IA como uma ferramenta de pesquisa e processamento de grandes volumes de dados, transformando-os em informações relevantes para os advogados. Não se trata de uma substituição do humano pela máquina, mas sim de aliarmos a expertise dos profissionais à precisão que a tecnologia nos traz”, afirma Vanessa Louzada.