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Governador inaugura obra de contenção de cheias em Francisco Beltrão com túnel de 1,2 km

Projeto pioneiro no País vai minimizar problema histórico de enchentes no Rio Marrecas, escoando o fluxo de água do Córrego Urutago novamente para...

13/12/2024 22h57
Por: Redação Fonte: Secom Paraná
Foto: Roberto Dziura Jr/AEN
Foto: Roberto Dziura Jr/AEN

Um projeto de R$ 58 milhões do Instituto Água e Terra (IAT) vai minimizar o problema histórico de enchentes em Francisco Beltrão, no Sudoeste do Paraná. O governador Carlos Massa Ratinho Junior inaugurou nesta sexta-feira (13) a obra de contenção de cheias do Rio Marrecas, que conta com um túnel de 1,2 quilômetro de extensão para escoar o fluxo de água do Córrego Urutago até o Rio Marrecas em dias de grande volume de chuvas.

A água agora pode escoar através de um canal de 740 metros de extensão, 12 metros de profundidade e oito de largura, fazendo a ligação até a comporta que fica na entrada do túnel, que conta com um sensor de nível para regular a sua abertura e fechamento. Quando o volume atinge a cota de alagamento inicial, ela se abre automaticamente e escoa a água pelo túnel, que então retorna ao leito normal do Marrecas. O sistema tem uma capacidade de vazão máxima de 310 metros cúbicos por segundo.

A solução já foi posta à prova na última semana, quando um grande volume de chuvas, que ultrapassou os 220 milímetros, atingiu a cidade. “Esta obra no Rio Marrecas é magnífica e resolve um grande problema para a cidade. Nós tivemos semana passada mais de 220 milímetros de chuva em 30 horas. Se não houvesse esta obra, possivelmente teria 300, 400 famílias desabrigadas, com as casas alagadas”, salientou o governador

“Foi uma obra complexa, com um túnel escavado dentro da cidade, na área urbana. É a terceira obra deste tipo feita no Brasil e a única em uma cidade do interior, para resolver o grande problemas que tínhamos com as enchentes”, explicou o prefeito de Francisco Beltrão, Cléber Fontana.

O prefeito explicou que na última enchente antes de a obra ficar pronta, que aconteceu em 2022, mais de 300 famílias perderam tudo. Já com as chuvas da semana passada, foram 10 casas afetadas. “Esse canal nos ajuda muito porque ele agiliza a velocidade da água, que antes ficava muito tempo parada na região central da cidade. Consequentemente, vinha uma grande cheia, problema que agora está quase totalmente amenizado”, disse.

O secretário estadual do Desenvolvimento Sustentável, Everton Souza, afirmou que o problema de inundações aumentava a cada ano, já que a cidade passou a ter cada vez mais pavimentações que causam a impermeabilização do solo, fazendo a água escorrer ainda mais.

“Francisco Beltrão ultrapassou os 100 mil habitantes, então o problema das cheias do Rio Marrecas se agravava gradativamente todos os anos”, disse. “Ficamos muito felizes em ver que esse projeto já está funcionando, com menos pessoas afetadas pelas chuvas”.

“Eu nasci em Beltrão, ao lado do Rio Marrecas, e conheço como ninguém a história desse rio. Vivi intensamente as primeiras enchentes, nos anos 1950, vi famílias sofrerem”, contou o presidente da Assembleia Legislativa do Paraná, Ademar Traiano. “Buscamos em Brasília o recurso para fazer esta obra, mas não deu certo. Mas conseguimos viabilizar o valor necessário para o projeto chegar onde chegou”.

Foto: Reprodução/Secom Paraná
Foto: Reprodução/Secom Paraná

O sistema tem uma capacidade de vazão máxima de 310 metros cúbicos por segundo. Foto: Roberto Dziura Jr./AEN


TÚNELA escavação do túnel de contenção de cheias, que tem 5 metros de largura e 8 metros de altura, terminou em 2020. Ele foi construído em duas frentes, no Parque de Exposições Jayme Canet Júnior e no bairro Padre Ulrico.

O primeiro desenho do projeto foi feito em 2016 em um bloquinho de papel pelo atual diretor-presidente do IAT, José Luiz Scroccaro, que na época era diretor de Recursos Hídricos do instituto. “A população pedia muito por uma solução para esse problema. Então um dia abrimos o mapa de Francisco Beltrão, começamos a discutir e verificamos que podia ter uma possibilidade de se abrir um túnel”, contou.

“Eu comecei a traçar naquele dia essa proposta, fiz em um papel um desenho do túnel. Com muito esforço conseguimos o recurso, contratamos o projeto executivo e, com a ajuda dos deputados, fizemos a licitação junto com o município para que o projeto fosse concretizado”, explicou.

O túnel foi executado pelo método Driling and Blasting (perfuração e detonação), com trabalho ininterrupto de escavação. O ciclo foi composto por perfuração na rocha com jumbo (máquina para perfuração horizontal de rocha); carregamento de explosivo nos furos estratégicos; limpeza das rochas detonadas com carregadeira e caminhões; e tratamento com aplicação de tirantes para manutenção da estrutura.

Além dessas obras, também foi executado o rebaixamento do leito do Marrecas e seu alargamento em alguns trechos, além da readequação do Rio Lonqueador, para minimizar as cheias nas áreas urbanas. Está prevista ainda a construção de um parque linear nas margens do Rio Marrecas, que vai se integrar à paisagem urbana da cidade.

ENCHENTESAs enchentes recorrentes em Francisco Beltrão são uma consequência da urbanização intensa na região iniciada durante a ocupação do município, feita ao longo do terreno às margens do Rio Marrecas e de seus afluentes. A primeira enchente registrada no município foi em 1954. As águas dos rios Marrecas e Lonqueador transbordaram, inundando casas e ruas, causando danos e prejuízos materiais.

Outras cheias históricas foram as registradas na década de 1980, em especial a de 1983, em que as precipitações intensas registradas entre fevereiro e setembro atingiram mil residências e desabrigaram 4,5 mil pessoas. A segunda maior enchente do município foi registrada em abril de 1998, quando cerca de 700 famílias ficaram desabrigadas.

Foto: Reprodução/Secom Paraná
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Foto: Roberto Dziura Jr./AEN


AEROPORTOO governador também liberou recursos para obras no novo Aeroporto Municipal de Francisco Beltrão. O convênio do Governo do Estado com a prefeitura é de R$ 20,4 milhões, sendo R$ 10 milhões da Secretaria de Estado das Cidades e R$ 10,4 milhões de contrapartida municipal. Os recursos serão utilizados para a pavimentação e alargamento da pista, em uma área de 87.555 metros quadrados. Também inclui serviços preliminares, drenagem, base e sub-base, revestimento, sinalização de trânsito e ensaios tecnológicos.

“É uma obra muito complexa e, nesta primeira etapa, vamos fazer a pista do aeroporto. Ainda terá mais fases para a implantação do aeroporto, como a construção do saguão, a parte de taxiamento e outras estruturas”, explicou a secretária estadual das Cidades, Camila Scucato. “Estamos autorizando a licitação para o município colocar o edital na praça. Provavelmente a partir de fevereiro já devem estar iniciando as obras”.

PRESENÇAS Acompanharam a solenidade o secretário estadual de Infraestrutura e Logística, Sandro Alex; o diretor-presidente do DER/PR, Fernando Furiatti; os deputados federais Vermelho e Paulo Litro; os deputados estaduais Luís Corti e Adão Litro; e o presidente da Associação dos Municípios do Sudoeste do Paraná (Amsop) e prefeito de Pranchita, Eloi Lange.

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