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Artefatos de Sangue: A Promissora Estreia de Rebeca Luz na Ficção Distópica Brasileira

O livro conta a história de Nori e sua luta pela liberdade em uma jornada emocionante pelo continente europeu devastado.

05/11/2024 09h34 Atualizada há 3 semanas
Por: Rodrigo Charneski
Reprodução/Bruna Montanari
Reprodução/Bruna Montanari

O ser humano sempre foi fascinado e assustado pela ideia do fim dos tempos. Desde os mitos mais antigos, eventos extraordinários foram imaginados como forças capazes de desestabilizar todas as estruturas do nosso planeta. A perspectiva de um mundo em ruínas permeou histórias, filmes, jogos e, sobretudo, a literatura, onde narrativas extraordinárias retratam um mundo devastado, nos permitindo vislumbrar um pouco desse futuro distópico. 

O gênero literário pós-apocalíptico explora a vida após catástrofes que destroem a ordem do mundo conhecido, como guerras nucleares, pandemias, colapsos sociais ou desastres naturais. Em cenários de desolação e escassez, as histórias geralmente seguem personagens que lutam pela sobrevivência e reconstroem suas vidas em meio ao caos, marcadas por temas de resiliência humana e ética em condições extremas.

Pós-Apocalipse Nacional

No Brasil, a escritora paulista Rebeca Luz se destaca ao lado de nomes como Pedro Aguilera, criador da série  3% (2016-2020), e Ignácio de Loyola Brandão, autor de Não Verás País Nenhum (1981), com o lançamento de seu livro Artefatos de Sangue, seu romance de estreia no gênero de ficção distópica. 

A narrativa conta a história de Nori e um grupo de jovens que tentam sobreviver em um mundo maculado por armas biológicas. No antigo continente europeu, a Nação de Alliance surge como uma união dos antigos países da Europa, governada por ditadores que suprimem a liberdade, punindo qualquer insurgência com a morte. Nori é cidadã da Sétima Província, um dos maiores estados e também um dos mais pobres.

Quando uma nova guerra ameaça aparecer no horizonte, a protagonista se junta a um grupo de rebeldes que pretendem fugir para uma região neutra, a fim de não ser recrutada pelo governo de Alliance. Sua fuga a leva em uma jornada emocionante, envolta em misticismo, perigos e confrontos com criaturas enigmáticas, explorando temas como lealdade, amor, traição e o preço do poder.

O livro captura a atenção do leitor já pela capa, ilustrada por Luiz Malon. A imagem mostra a protagonista Nori presenciando o início de uma guerra entre licantropos e lobisomens. Ao abrir a contracapa, vemos a mesma cena de outro ângulo, criando a sensação de que o leitor não apenas lê a história, mas também está imerso em todas as decisões e consequências dos personagens.


Artefatos de Sangue é o primeiro livro de uma trilogia.

 

Governos e Armas Biológicas

Rebeca Luz compartilhou como surgiu a ideia e inspiração de escrever um romance ambientado em uma distopia pós-apocalíptica. “Eu vi uma reportagem sobre as fronteiras do Brasil sendo ocupadas por latino-americanos fugindo da guerra em seus países. Essas pessoas viviam em estado de precariedade nas fronteiras, pois não podiam entrar no Brasil. Sem dinheiro, comida ou roupas, e sem uma estrutura adequada, simplesmente precisaram fugir de seus governos. Isso me fez refletir,” relata.

Diferente da maioria das produções do gênero, Artefatos de Sangue conta a história de um mundo consumido após o lançamento de um vírus como arma biológica em uma briga pelo poder que dizimou a população. “Hoje, quando ouvimos falar sobre guerra, associamos imediatamente a armas nucleares, a preocupação com armamentos de alta tecnologia e espionagem. No entanto, esquecemos que um dos maiores poderes da humanidade atualmente é o conhecimento do DNA, da genética e das doenças,” conta Rebeca.

Segundo a autora, questões como o papel dos governos com a segurança e cuidados básicos da população foram indispensáveis para criar o mundo e a trama de seu romance. Ela realizou pesquisas nas áreas de genética, história e outras pandemias para adicionar uma camada de credibilidade ao livro, sem perder a originalidade e os elementos fantásticos da ficção científica.

 

Sobre a autora

Foto: Bruna Montanari

Nascida em São Paulo e formada em licenciatura em letras e técnica em administração, sob o pseudônimo de Rebeca Luz, a autora começou sua carreira de escritora ainda na juventude, publicando antologias em 2020, já no gênero de ficção. Rebeca também já atuou na preparação de texto e revisão, incluindo a ficção cristã A Lágrima de Vidro, de Gabriela Costa, lançado em 15 de junho de 2020.

Rebeca sempre teve apreço pela escrita de ficção, incluindo ficção medieval, ficção fantástica e ficção distópica. Em suas histórias, temas presentes na nossa realidade são brilhantemente transformados em literatura. “A ficção trabalha com aquilo que está fora da nossa realidade, porque é ficção. Mas isso não impede que tenha um fundo de verdade, pois o objetivo do escritor é criar uma história verossímil. Se não faço você acreditar na minha história, então ela perde a graça.”

“A escrita é a manifestação de uma mente criativa que não pode ser contida.” – Rebeca Luz

Artefatos de Sangue foi lançado durante a 27ª edição da Bienal Internacional do Livro de São Paulo. Para Rebeca, foi a realização de um sonho e um objetivo alcançado. “O sonho, a gente deixa na cama. Mas quando ele se torna um objetivo, a gente corre atrás. E eu tive o objetivo de participar de um evento grande como a Bienal, porque adoro conversar com meus leitores e com as pessoas que conheço e que amam livros,” conta.

 

Onde Encontrar?

Aqueles que desejam se aventurar pela curiosa distopia podem adquirir um exemplar de Artefatos de Sangue através da loja online Rebeca Luz.

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