Entre os dias 7 e 15 deste mês, o Parque Ambiental de Ponta Grossa se transforma em um verdadeiro palco de magia e conhecimento com o 11º Congresso de Educação e a Feira do Livro. O tema deste ano, "Educação com Inovação: Novas Formas de Aprender e Ensinar", promete inspirar mentes curiosas e inovadoras. Entre as muitas atrações, uma das paradas obrigatórias é a encantadora tenda de contação de histórias.
Durante as quentes tardes de setembro, ao entrar na tenda branca, somos imediatamente transportados para um mundo de fantasia e emoção. No ponto mais alto do palco, com os braços esticados acima da cabeça, cotovelos levemente curvados e dedos abertos imitando a mandíbula escancarada de um animal feroz, está Ana Cláudia Oliveira, a contadora de histórias. “Então o jacaré queria devorar o macaco,” ela anuncia com voz vigorosa, seguida de uma pausa dramática que mantém a plateia em suspense, ansiosa para descobrir o destino do macaco.
Era uma vez...
Ana Cláudia é uma veterana na arte de contar histórias, com mais de 10 anos de palco, ela nos conta como descobriu sua vocação: “Foram as outras pessoas que disseram que eu poderia ser uma contadora de histórias. Na minha primeira feira, em 2013, contei de uma maneira mais pessoal. Em 2014, comecei a contar profissionalmente, mostrando a importância do livro, do autor e do ilustrador. Quando percebi que tinha jeito e as pessoas gostavam, o bichinho da contação me mordeu, e estou aqui desde então.” Conta.
Através do trabalho dos contadores de histórias, crianças e adultos podem experimentar novas maneiras de aprender, mergulhando no lúdico e esquecendo, por um momento, o mundo real sempre apressado. “Hoje em dia estamos tão acostumados com tudo muito pronto. Escutamos áudio na velocidade dois ou apertamos um botão e tudo acontece. Aqui não, aqui somos nós. Esse contato entre o contador e a criança ou o adulto, essa energia, essa magia. Mesmo em um mundo tão tecnológico, conseguimos fazer com que as pessoas se abram para novas experiências e usem a imaginação,” relata Ana Cláudia, com os olhos brilhando de felicidade.
Contadores de histórias sem fronteiras
Ana Cláudia carrega consigo um amor profundo pela cultura africana, pela magia e os mistérios das histórias e lendas desse antigo continente. Transformou sua profissão em um ato de resistência e transmissão cultural: “Eu sou uma contadora, eu sou negra, e gosto muito de contar essas histórias. As histórias da África têm muito misticismo, são muito bonitas. Tudo que for para as crianças, que as faça imaginar um mundo fantástico, me seduz, e eu gosto muito.”
Como podemos definir o ato de contar histórias? Uma profissão, um hobby, um ensinamento ou uma arte? A resposta talvez seja um pouco de cada, e isso se torna evidente quando vislumbramos a plateia constantemente mudando de expressão, se deixando levar pela história, como uma sinfonia orquestrada pelo contador de histórias. Através dessa paixão, Ana Cláudia e diversos outros contadores nos permitem explorar uma infinidade de possibilidades, tudo sem sair da tenda branca da Feira do Livro.
Tenda de Contação de Histórias
Para quem deseja ouvir a história sobre o jacaré e o macaco ou se perder em uma boa história, as tendas de contação estarão abertas até domingo (15), com sessões das 08h30 a 11h30 e das 13h30 às 17h A atividade é gratuita e aberta a todos os públicos. Não perca a oportunidade de se deixar levar pela magia das histórias!