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Copa de 50

“Maracanazo”, a trágica derrota do Brasil na Copa de 50, completa 72 anos

Em pleno Maracanã, a Seleção Brasileira perdeu de virada a final da Copa do Mundo de 1950 para o Uruguai, pelo placar de 2 a 1

16/07/2022 às 10h14
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Reprodução/Internet
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Neste dia 15 de julho, há 72 anos, cerca de 200 mil pessoas testemunhavam a traumática derrota do Brasil para o Uruguai na final da Copa do Mundo de 1950, em pleno Estádio do Maracanã. Na ocasião, o país sediava pela primeira vez o torneio mundial de futebol, marcado para sempre pelo episódio conhecido como “Maracanazo”.

A Seleção Brasileira chegou àquela final como a grande favorita ao título. A torcida encheu o Maracanã sonhando com a primeira conquista de uma Copa do Mundo. Ao total, foram 199.854 pessoas presentes no estádio. Um dos fatores que justificavam o favoritismo do Brasil era a campanha do time treinado por Flávio Costa na competição, que chegou a final após quatro vitórias e um empate, com destaque para as goleadas por 4 a 0 em cima do México, 7 a 1 (no futuro teria mais) contra a Suécia e 6 a 1 sobre a Espanha.

Após empate sem gols na primeira etapa, o grande ato daquela final foi no segundo tempo da partida. Apenas dois minutos após retornar aos gramados, o Brasil abriu o placar com Friaça. A atmosfera era belíssima, a torcida animava as arquibancadas e a festa era tamanha que nem mesmo o gol de empate do Uruguai, marcado por Schiaffino aos 21 minutos, freou a euforia do público. Até mesmo porque o formato da disputa era diferente, então o empate bastava para o Brasil levantar a taça.

A alegria foi por água abaixo aos 34 minutos do segundo tempo, quando o ponta direita Ghiggia chutou rasteiro no canto esquerdo de Barbosa, que não conseguiu defender e a bola morreu no fundo das redes, silenciando quase 200 mil vozes no Maracanã. O Brasil não conseguiu reagir nos minutos restantes, o árbitro apitou pela última vez e o Uruguai se sagrou bicampeão mundial de futebol.

Maior desastre da história do futebol brasileiro... até 2014

Eternizada como o “Maracanazo”, a derrota de virada para o Uruguai na Copa de 50 ficou marcada por anos como a maior tragédia da história do futebol brasileiro. Em 2014, seis décadas depois, a maior competição do futebol mundial voltava a ser sediada no Brasil. A expectativa era apagar de vez a memória drástica de 50, com a seleção conquistando o sonhado hexacampeonato em sua casa, no “país do futebol”.

Sob o comando de Luiz Felipe Scolari, técnico do penta, auxiliado por Carlos Alberto Parreira, técnico do tetra, e após empolgante conquista da Copa das Confederações sobre a então campeã mundial Espanha em 2013, o Brasil passou pela fase de grupos com duas vitórias, em cima da Croácia e de Camarões, e um empate contra o México. Nas oitavas de final, passou nos pênaltis contra o Chile. Nas quartas, venceu a seleção da Colômbia, em episódio marcado pela lesão que tirou Neymar Jr. da Copa, quando o camisa 10 sofreu uma joelhada do colombiano Zúñiga e fraturou a terceira vértebra lombar.

Nas semifinais, o Brasil enfrentou a Alemanha, no Estádio do Mineirão, em Belo Horizonte (MG). Era a reedição da final de 2002. Mas o desfecho não só foi diferente, como também “limpou” a mancha de 50 da pior forma possível para o torcedor. Müller, Klose – superando o “Fenômeno” Ronaldo Nazário na artilharia dos mundiais –, Kroos duas vezes e Khedira precisaram de menos de 30 minutos de jogo para protagonizar o maior vexame da história das Copas! Brasil 0 x 5 Alemanha, apenas no primeiro tempo. Na etapa complementar, Schürrle entrou como se a partida estivesse no zero a zero e marcou mais dois para a Seleção Alemã. Nos acréscimos, Oscar fez o “gol de honra” para o Brasil. 7x1. Alemanha na final e o Brasil novamente escorraçado em casa. Um “Mineirazo”.

O goleiro Barbosa foi tido como o grande vilão de 50. Mesmo tendo sido um grande goleiro, ídolo no Vasco da Gama, ele teve que conviver para sempre com a rejeição da torcida, que o massacrava por não ter defendido o chute de Ghiggia naquela final. Barbosa faleceu em 2000, e segundo sua filha Tereza, em entrevista concedida em 2015, seu pai só conseguiu enfim “descansar em paz” 14 anos depois de sua partida, graças ao 7 a 1.

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