Venezuelanos, sírios, haitianos e marroquinos: todos estudantes da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Neste mês eles receberam certificados de conclusão do curso de Língua Portuguesa para Imigrantes e Refugiados, fruto do projeto de extensão Processos Migratórios e Intercâmbios: Inclusão Social e Diversidade Cultural (Promigra), realizando ao longo desse semestre. Essa foi a segunda edição da iniciativa. As aulas são ministradas toda sexta-feira, com famílias que buscam na educação a forma de se integrar na sociedade.
O evento foi protagonizado por formandos de diferentes nacionalidades. Também participaram da cerimônia professores e estudantes de diversos cursos de graduação e pós-graduação da UEPG que integram o projeto e atuaram na sua promoção. Parceira do Promigra no acolhimento aos estrangeiros, a Cáritas Diocesana também esteve presente na cerimônia.
As alunas Belky Rivera Davila, Marionys Pulido e Ammy Contreras discursaram em nome dos colegas. “Estamos aqui celebrando as oportunidades- oportunidade de um convite inesperado, de uma porta que se abre. Agradecemos a UEPG pela oportunidade de estar aqui”, disse Marionys, que nasceu na Venezuela.
A diretora de Extensão Universitária da UEPG, professora Marina Tolentino, destacou o papel transformador da universidade por meio da extensão. "O curso de Língua Portuguesa contribui para promover a defesa dos direitos fundamentais da comunidade de migrantes que enfrentam dificuldades ao se inserirem em um país com língua e costumes diferentes dos seus. A iniciativa visa contribuir para que seja cumprido o que estabelece a Lei de Migração, que assegura os direitos dos migrantes, refugiados e intercambistas”, completou.
Pascoalina Bailon, professora do curso de Letras da UEPG e do Promigra, avalia que o curso de Português não apenas contribui para a educação dos imigrantes, mas promove dentro da universidade uma rica troca cultural, na qual professores e alunos de graduação e pós-graduação também aprendem. "Ponta Grossa recebe um número expressivo de migrantes. Com o nosso trabalho, buscamos fortalecer o seu senso de identidade e pertencimento dessa comunidade na adaptação a uma nova realidade", destacou.