A redução da taxa Selic para 12,75% ao ano, anunciada nesta quinta-feira (21) pelo Copom, do Banco Central, pode favorecer os investimentos no setor imobiliário. Embora o impacto não seja imediato e dependa do ciclo de concessão e renovação dos financiamentos, assim como da implementação das taxas reduzidas nos futuros empréstimos, o efeito benéfico será progressivo ao longo do tempo.
Segundo João Pedro Agostini, diretor da Plot.co, empresa especializada em gestão de ativos imobiliários, é preciso avaliar o momento para investir em imóveis. “As taxas de juros elevadas e a dinâmica de oferta e demanda exercem pressão sobre o setor imobiliário. Quando as taxas de juros são reduzidas, geralmente, cresce a busca pela compra de imóveis, o que pode levar a um aumento nos valores ", explica.
Nesse contexto, a tendência é de uma elevação ainda mais acentuada, dado que 2023 tem sido caracterizado por uma valorização expressiva do mercado imobiliário em todo o país, apesar de uma economia que ainda se encontra em fase de recuperação. “Os prováveis elementos que catalisaram essa situação incluem o número reduzido de novos empreendimentos imobiliários no primeiro semestre, em decorrência da mudança de governo e das alterações políticas e econômicas, resultando na valorização dos imóveis já existentes, além do incremento nos custos dos materiais e da mão de obra”, destaca Agostini.
Dessa forma, considerando o atual cenário do mercado imobiliário, antes de negociar, é importante ponderar. “O potencial investidor deve avaliar e considerar o que é mais vantajoso na conjuntura atual. Temos juros altos agora, mas os imóveis estão mais baratos. No entanto, se esperarmos os juros caírem, o preço dos imóveis pode subir devido à sua valorização constante”, explica o diretor.
Mercado de locação ganha força
Em um cenário em que a taxa Selic está em queda, muitos investidores buscam alternativas rentáveis para aplicar seus recursos. Nesse contexto, a locação de imóveis surge como uma opção atrativa, isso porque a variação do Índice Geral de Preços – Mercado (IGPM) pode influenciar diretamente o valor dos aluguéis, uma vez que esse índice é comumente utilizado como referência para reajustes contratuais.
Com base nos dados mais recentes, o IGPM apresentou queda em agosto. No âmbito nacional, a deflação foi de -0,14%, acumulando -5,28% no ano e -7,20% nos últimos doze meses. “Essa tendência indica a possibilidade de uma redução nos preços dos aluguéis em todo o país. No entanto, é essencial analisar o contrato previamente para entender se há espaço para negociação das taxas”, conclui Agostini.