Com o objetivo de apoiar estudantes do Brasil e do Canadá a participarem de estágios de pesquisa acadêmica e industrial sob a supervisão de professores das universidades desses países nas mais variadas áreas acadêmicas, desde ciências, engenharia e matemática a humanidades e ciências sociais, a Fundação Araucária possui uma parceria com a Mitacs Globalink Research Internship.
Iniciada em 2020, ela já beneficiou 115 alunos com um financiamento de mais de R$ 1,6 milhão, incluindo o edital que será lançado em 2025.
“Essa parceria com a Mitacs nos ajuda a implantar uma política de internacionalização mais focada, mais seletiva, e a possibilidade de interação dos nossos pesquisadores no Paraná com os pesquisadores do Canadá voltados para a formação de pessoal e de capital intelectual em várias frentes de trabalho, muito orientado pela demanda do Estado”, ressaltou a coordenadora da área internacional da Fundação Araucária, Eliane Segati.
Maria Isadora Ribeiro é aluna da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) e já está no Canadá. Ela é acadêmica de Farmácia e desenvolve um projeto intitulado “Extração ecológica e otimização das propriedades de bioplásticos e hidrogéis à base de alginato para impressão 3D”, em colaboração com pesquisadores locais.
“É uma chance que não pode ser perdida, para quem gosta de pesquisa e pretende seguir com isso no futuro com certeza é enriquecedor. Meu sonho sempre foi vir para o Canadá e ter a oportunidade de estar aqui sem custo algum é incrível. Pretendo seguir na área acadêmica, então esse estágio será um bom diferencial no meu currículo”, enfatizou.
“O fato de conhecer tantas pessoas novas e diferentes por meio do programa também é uma experiência muito interessante, a Mitacs engloba o mundo todo então você vai conhecer pessoas de muitos países e culturas diferentes”, completou.
A professora Carolina Weigert Galvão é coordenadora da Maria e destacou que essa iniciativa também contribui para a consolidação de parcerias internacionais, fomentando a cooperação em projetos inovadores e de alto impacto. "Um exemplo desse movimento é a trajetória da Maria. A experiência proporciona à estudante não apenas o aprofundamento técnico e científico, mas também uma vivência internacional rica em trocas culturais e experiências profissionais, preparando-a para os desafios de um mercado global cada vez mais interconectado”, relatou.
Já a estudante de biotecnologia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Maria Eduarda Nassif Gomes, que também está no Canadá, estuda as chamadas vesículas extracelulares (VEs) produzidas pelo parasita Plasmodium, causador da malária, no interior de glóbulos vermelhos do sangue. A provável ação das VEs na invasão dos glóbulos vermelhos pelo parasita torna essas estruturas um alvo valioso visando o diagnóstico precoce da doença.
“Essa experiência é de longe uma das melhores da minha vida, me enriquece tanto profissionalmente como pessoalmente em todas as áreas, porque me permite estar em contato com profissionais incríveis e com universidades de alto prestígio. E o fato dessa iniciativa ser totalmente financiada pela parceria da Fundação Araucária com a Mitacs é que tornou isso tudo possível”, disse.
Humberto Maciel Madeira, coordenador da bolsista Maria Eduarda, enumerou dois grandes benefícios da participação neste programa. “Em primeiro lugar, a formação e a experiência profissional e pessoal que os alunos adquirem nesse tempo que passam no Canadá, e em segundo lugar, esses mesmos alunos exercem o papel de um ponto de contato para iniciar uma conversa sobre possíveis colaborações em pesquisa que podem ser desenvolvidas entre os dois países”, afirmou.