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Casal de empresários entregam doações e atuam como voluntários no RS

Os donativos angariados em Ponta Grossa-PR foram levados até Gravataí e Esteio. Além da entrega, atuaram como voluntários em abrigos da cidade

29/05/2024 10h00
Por: Redação
Foto: Arquivo pessoal
Foto: Arquivo pessoal

O desastre climático que afeta o Rio Grande do Sul já deixou mais de 647 mil pessoas fora de suas casas, em abrigos, acampamentos na beira de rodovias do estado e na casa de amigos e/ou parentes. Inspirados pela solidariedade, o casal de empresários Camila Antunes e Victor Próspero viajaram ao RS para entregar doações e ajudar como voluntários nos municípios de Gravataí e Esteio.

A ideia surgiu há duas semanas, em virtude da comoção pelo cenário atual do Rio Grande do Sul. Conforme boletim atualizado da Defesa Civil do RS, as chuvas e enchentes já tiraram a vida de 163 pessoas, deixaram mais de 800 feridas e mais de 70 estão desaparecidas. Acompanhando a situação, Camila e Victor decidiram abrir as portas do Antunes Materiais de Construção para realizar uma arrecadação e entregar doações para ajudar as vítimas da tragédia. 

Atuantes na igreja Congregação Cristã no Brasil, realizaram o trabalho junto a outros irmãos desta denominação. A viagem aos municípios do RS aconteceu entre os dias 10 e 12 de maio. As doações foram entregues em duas igrejas da Congregação Cristã, uma que é ponto de coletas e outra que está acolhendo pessoas. Segundo Camila, a arrecadação conseguiu muitas roupas, calçados, cobertores, produtos de higiene pessoal e de limpeza, água, leite, alimentos de cesta básica e ração para os animais. Ao todo, a equipe de voluntários contou com 15 pessoas.

Trabalho voluntário em abrigo

O trabalho voluntário foi realizado em um abrigo da Congregação Cristã, na cidade de Gravataí. Para Camila, foi uma experiência que dividiu sentimentos, entre tristeza pelo trágico cenário que o local se encontra e esperança pela prática da solidariedade e do amor ao próximo.

“Nesse momento tem que ter empatia com o próximo, colocar-se no lugar do outro e perceber o que aquelas pessoas estão passando, que deixaram para trás suas coisas que levaram anos para serem conquistadas e construídas, muitos perderam ali seus entes queridos, outros perderam seus animaizinhos de estimação, perderam suas casas, suas moradias, suas conquistas ao longo dos anos”, comenta.

Camila detalha que se deparou com um ‘cenário de guerra’ em sua experiência. “O que se vê é muito triste, um cenário de guerra, quando você passa na frente das casas e vê toda mobília empilhada, quebrada, que a água realmente devastou”, descreve. Contudo, o choque de realidade lhe serviu para perceber, mesmo diante de tamanha tragédia, o valor da solidariedade.

“Ao mesmo tempo, você vê que ainda a solidariedade e o amor ao próximo ainda existem, porque há muita gente se voluntariando a ajudar nos abrigos, no próprio abrigo da Congregação Cristã, onde fui, vi muitas pessoas voluntárias, separando as roupas, tudo muito bem organizado”, conta.

“Eles separaram a igreja com bancos, então em um lado ficaram só os homens, do outro lado as mulheres e as crianças. Tem horário certo, para banho, café da manhã, almoço, café da tarde, janta; tem também um ambulatório dentro da Igreja, com enfermeiras voluntárias, porque lá estão pessoas com câncer na cabeça, câncer de mama, tinham três pessoas com esquizofrenia; das 96 pessoas abrigadas, 30 são crianças, então tudo foi muito bem organizado, com muitos voluntários, todo mundo doando e se doando pelo próximo”, detalha.

Mesmo com o impacto do cenário que o RS se encontra, a esperança segue viva em Camila. “Tenho certeza que aquele é um povo guerreiro, lutador, trabalhador, que com a ajuda que estão recebendo das pessoas, de todos os estados, eles vão conseguir se reerguer logo e tudo isso vai passar, vai ficar uma lembrança dolorida mas também de resiliência, que eles persistiram e conseguiram sair dessa”, completa.

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